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Lula evita falar de corrupção e exige fim de subsídios
Da AFP
15/10/2005 | 16:45
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou, em Salamanca, na Espanha falar da corrupção como mal das atuais democracias e se concentrou em exigir o fim dos subsídios para se obter uma ordem comercial mais justa.

Tremendamente popular nas ruas de Salamanca e entre seus colegas, apesar dos problemas que seu governo vive por acusações de corrupção, Lula quis passar mais despercebido do que nos encontros internacionais anteriores e optou por discurso corretos, porém mornos.

"Não me interessam as pesquisas. O que é verdade aparecerá um dia. O mais importante é que o Brasil provará ao mundo que suas instituições democráticas funcionam além de qualquer governo", declarou Lula à imprensa antes de deixar Salamanca.

Fim de subsídios, cooperação regional, solidariedade, financiamento inovador para o desenvolvimento, tolerância, conversão da dívida por educação e a reconstrução do Haiti foram os pontos centrais do discurso de Lula pronunciado neste sábado por ocasião da XV Cúpula Ibero-americana.

"O debate ibero-americano pode e deve ser mais ambicioso. Nossa diversidade nos permite uma visão mais ampla e principalmente mais solidária da complexa relação entre pobreza, desespero e violência", declarou. Segundo Lula, sem conversações como as mantidas nestas cúpulas internacionais, a UE (União Européia) ou o Mercosul não teriam nascido.

Além de sua agenda oficial, Lula se reuniu em Salamanca com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que, na sexta-feira disse à América Latina que, para acabar com a pobreza, é preciso erradicar primeiro a corrupção. "Lula não se sentiu aludido por esta declaração e está completamente de acordo com Annan", asseguraram fontes diplomáticas brasileiras.

No encontro, Annan manifestou ao presidente sua opinião positiva sobre a evolução política e econômica do Brasil, agradeceu às contribuições do país à ONU e elogiou principalmente seu programa de luta contra a pobreza.

Lula também se reuniu com o Alto Representante da UE para Política Externa, Javier Solana, e com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, aos quais enfatizou a necessidade de pôr fim às "reprovações mútuas" e começar uma "política positiva" para eliminar subsídios e concluir a rodada de negociações comerciais de Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio).

Por último, Lula não quis se pronunciar sobre sua futura presença em outras cúpulas ibero-americanas nem sobre sua reeleição. "Não me preocupo com a reeleição. Eu preferia que os presidentes brasileiros tivessem um mandato de cinco anos sem a possibilidade de serem reeleitos. Em meu caso, chegado o momento decidirei. Tenha 90% ou 0% de possibilidades, tomarei a decisão segundo minha consciência", concluiu.




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