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Portaria regulamenta transplantes de medula óssea
05/11/2004 | 21:33
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O ministro da Saúde, Humberto Costa, assinou nesta sexta-feira uma portaria que regulamenta o serviço de transplantes de medula óssea em âmbito nacional. E estabelece critérios mais transparentes para o encaminhamento de pacientes e doadores e para o credenciamento de novos centros capazes de executar o procedimento. Há nove meses foram feitas denúncias de favorecimento na fila de transplante de medula óssea.

Após anunciar aumento de 22% no número de transplantes no país entre janeiro e agosto deste ano, Costa admitiu que a crise foi positiva, pois permitiu adotar uma política nacional para a área.

“É importante que nas crises a gente possa ter um saldo. Foi uma crise dura, foi difícil, mas propiciou que tivéssemos, de fato, um controle e pudéssemos aplicar uma política para a área de medula óssea, o que antes não acontecia. O ministério definia as políticas para todas as áreas de transplante, mas não para a área de medula óssea”, afirmou o ministro, no Inca (Instituto Nacional de Câncer), no centro do Rio.

Costa atribuiu o crescimento aos investimentos e mudanças. O Inca, por exemplo, concentrava quase todos os passos até o procedimento, por meio do Cemo (Centro de Transplante de Medula Óssea). Agora, o SNT (Sistema Nacional de Transplantes) é o responsável pela regulação e também pela lista de espera.

Entre janeiro e agosto deste ano, foram feitos no Brasil 770 transplantes de medula óssea, 143 a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Considerando apenas os procedimentos executados entre não-aparentados, o ministério estima conseguir um aumento de 50% em relação ao ano passado, quando foram 29 operações. Atualmente, existem no país 916 pessoas com indicação de transplante, sendo que 803 delas buscam doadores compatíveis.

Segundo o ministro, o mais importante hoje é ampliar o Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), que conta com 83 mil inscritos. “É muito mais fácil encontrarmos um doador compatível no Brasil, onde as características étnicas e genéticas são assemelhadas, do que em outro país”, destacou Costa, chamando atenção também para a questão econômica. Um transplante com doador identificado em banco internacional custa cerca de US$ 31 mil, contra os US$ 13 gastos quando o doador é do Redome.

Durante a solenidade, Vera Lúcia Brito de Oliveira, 51 anos, a primeira pessoa a receber um transplante de medula óssea no Inca, há 20 anos, contou a importância do trabalho feito na instituição.




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