"O objetivo da jornada é fazer lembrar até que ponto a situação continua dramática. Por isso, temos que lutar mais que nunca contra esta praga com energia e determinação inquebrantáveis", declarou o diretor da OIT, o chileno Juan Somavía.

"Temos que unir nossas forças para construir um mundo no qual as crianças possam viver uma infância normal, gozar de boa saúde, ir à escola, sem esquecer dos pais, que também devem ser beneficiados com um trabalho decente", acrescentou.

Quatro crianças chegaram a Genebra para testemunhar as dificuldades que sofrem em seus países: Peru, Rússia, Nigéria e Índia. Um deles trabalhava como empregado doméstico, outro era menino de rua, o terceiro, prisioneiro de uma rede de prostituição e o quarto, fabricante de tijolos, antes de serem resgatados pelo Programa Internacional pela Abolição do Trabalho Infantil (IPEC) da OIT.

Graças a este programa, mais de 300 mil crianças em todo o mundo puderam deixar de trabalhar, segundo a OIT. Um em cada oito menores -179 milhões de crianças- realiza uma tarefa de risco, segundo as estimativas mundiais da OIT para o ano 2000.

Destes 179 milhões, 8,4 milhões são submetidos a atividades "intrinsicamente condenáveis" (escravidão e qualquer outra forma de trabalho forçado, entre elas prostituição, alistamento nas forças armadas, pornografia).

No total, 246 milhões de crianças de entre 5 e 17 anos, ou seja uma em cada seis, trabalham.