O cenário internacional desfavorável para mercados emergentes e a cautela em relação ao ambiente político nacional foram os principais responsáveis pela alta de 1,06% do dólar nesta terça-feira. Na sua terceira alta consecutiva, a moeda ficou cotada em R$ 2,174.

A perspectiva de aumento da taxa básica de juros nos Estados Unidos na próxima semana e os rendimentos do título de 10 anos do Tesouro norte-americano em elevação influenciaram a alta do dólar aqui no Brasil. "A tendência é o dólar permanecer em alta até que seja definida a taxa de juros dos Estados Unidos na próxima semana", diz Mário Batistel, da corretora Novação.

Segundo ele, a queda na Bolsa de Valores de São Paulo devido à saída do investidor estrangeiro e o aumento das importações também são indicadores de que a divisa norte-americana permanecerá em alta.

Ainda no plano econômico, a expectativa em relação a uma possível atuação do Banco Central para segurar a taxa de câmbio (já que há duas semanas não faz operações de swap reverso) também é um sinal de alerta para o mercado.

Segundo Guari Guazil, operador de câmbio da Corretora Guitta, a medida mais comentada pelo mercado é estabelecer quarentena para os investimentos deixarem o país. "É uma forma de segurar a taxa de câmbio uma vez que reduz o capital especulativo e a volatilidade", explica", diz Guari.