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PT sofre para se livrar do 'fantasma' da prévia
Cynthia Tavares
Especial para o Diário
26/07/2011 | 07:45
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Petistas correm contra o tempo em busca do consenso nos diretórios municipais. A força-tarefa que envolve prefeitos, presidentes partidários e vereadores é para evitar realização de prévias. No Grande ABC, três cidades enfrentam problemas para chegar num denominador comum. Santo André, Diadema e Rio Grande da Serra discutem possibilidade de convocar prévias para definir nome de seus prefeituráveis.

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva se colocou contra a realização do processo, que sempre foi marca registrada do PT desde sua fundação. Ele tem viajado o país e conversando com lideranças para evitar rachas. A principal articulação dele tem sido em prol do ministro da Educação, Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo. No entanto, ontem à noite, o petista ponderou sobre sua colocação. "Eu que propus a criação de prévias no PT", amenizou.

Exemplo claro dos problemas que prévias podem acarretar na disputa é Santo André. Em 2008, o partido perdeu a Prefeitura após 12 anos de hegemonia. Na época, a disputa ocorreu entre o então deputado estadual Vanderlei Siraque e a vice-prefeita, Ivete Garcia. Siraque venceu.

Passados quatro anos, os petistas andreenses buscam esquecer o passado e não querem cometer os mesmos erros. Siraque, agora sem mandato, volta à cena. O favorito, entretanto, é o deputado estadual Carlos Grana (PT). "Toda vez que o PT sai dividido, a gente sofre para ganhar eleição. Acredito que é possível construir consenso no nosso diretório", disse Grana.

O vereador Tiago Nogueira (PT), que presidiu o diretório logo após a disputa interna, não está otimista quanto ao encaminhamento da discussão. "Precisamos esgotar possibilidade de acordo. Acredito que estamos longe de um acordo, estou bem menos esperançoso", avaliou. Ele ressaltou que não se pode "demonizar o processo, mas é preciso evitar o vale-tudo como em Santo André."

O diretório de Diadema começa articular em suas bases para minar as intenções da Articulação de Esquerda, ala mais radical do PT. O grupo não descarta lançar nome para confrontar com Mário Reali, candidato à reeleição. "Prévia não é novidade. Sempre agimos com responsabilidade. Independentemente do resultado, nós temos compromisso de apoiar o vencedor", declarou a vereadora Irene dos Santos, que concorreu às prévias em 2007.

Para o comandante do PT na cidade, Josemundo Queiroz, o Josa, o momento é diferente, pois se trata de reeleição. "Qual é o motivo para ter prévia?", questionou.

Em Rio Grande da Serra, a postura do pré-candidato Cláudio Manoel Melo, o Claudinho da Geladeira (PT), irritou Carlos Augusto César, o Cafu (PT), que vai lançar nome para fazer frente ao colega. O petista salientou que tentará angariar apoio do ex-prefeito Ramon Velásquez que, insatisfeito, tem negociado migração para o PCdoB. Claudinho, por sua vez, lamentou a opção do colega. "Minha candidatura tem aceitação de 18 dos 21 integrantes do diretório. As prévias não me preocupam", considerou.

 

Ribeirão Pires esquece passado e conquista consenso

 

O PT de Ribeirão Pires é a prova de que é possível superar os tropeços do passado e construir consenso em torno de candidato ao Executivo. O diretório municipal escolheu a ex-prefeita Maria Inês Soares como pleiteante no processo eleitoral do ano que vem.

A decisão foi anunciada após longo processo de reconstrução interna, que teve início logo depois das eleições de 2008. O partido passou por problema parecido com o de Santo André. Mário Nunes conquistou maioria, mas não agregou todos os grupos da legenda até a época da campanha e acabou amargando derrota.

Em 2009, o diretório deu indícios de que apresentava melhora internamente. Não houve disputa no Processo de Eleições Diretas, que define o presidente do diretório municipal. Na época, Antonio Carlos Pereira de Souza, o Carlão, foi eleito presidente por unanimidade.

O coordenador da Macro PT ABC, Humberto Tobé, destacou a atitude do diretório, que segundo ele é benéfica. "As prévias enfraquecem, pois podem atrapalhar conversas em busca de aliados e na montagem da chapa. É um rito contemplado no estatuto, mas nosso papel é garantir consenso", analisou.

Tobé ressaltou a importância da discussão individual de cada diretório. "A indicação do candidato tem que fazer parte de estratégia eleitoral prevista em cada cidade", analisou.

Por se tratar de reeleição, São Bernardo e Mauá também não devem realizar prévias.

 

Petistas correm contra o tempo em busca do consenso nos diretórios municipais. A força-tarefa que envolve prefeitos, presidentes partidários e vereadores é para evitar realização de prévias. No Grande ABC, três cidades enfrentam problemas para chegar num denominador comum. Santo André, Diadema e Rio Grande da Serra discutem possibilidade de convocar prévias para definir nome de seus prefeituráveis.

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva se colocou contra a realização do processo, que sempre foi marca registrada do PT desde sua fundação. Ele tem viajado o país e conversando com lideranças para evitar rachas. A principal articulação dele tem sido em prol do ministro da Educação, Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo. No entanto, ontem à noite, o petista ponderou sobre sua colocação. "Eu que propus a criação de prévias no PT", amenizou.

Exemplo claro dos problemas que prévias podem acarretar na disputa é Santo André. Em 2008, o partido perdeu a Prefeitura após 12 anos de hegemonia. Na época, a disputa ocorreu entre o então deputado estadual Vanderlei Siraque e a vice-prefeita, Ivete Garcia. Siraque venceu.

Passados quatro anos, os petistas andreenses buscam esquecer o passado e não querem cometer os mesmos erros. Siraque, agora sem mandato, volta à cena. O favorito, entretanto, é o deputado estadual Carlos Grana (PT). "Toda vez que o PT sai dividido, a gente sofre para ganhar eleição. Acredito que é possível construir consenso no nosso diretório", disse Grana.

O vereador Tiago Nogueira (PT), que presidiu o diretório logo após a disputa interna, não está otimista quanto ao encaminhamento da discussão. "Precisamos esgotar possibilidade de acordo. Acredito que estamos longe de um acordo, estou bem menos esperançoso", avaliou. Ele ressaltou que não se pode "demonizar o processo, mas é preciso evitar o vale-tudo como em Santo André."

O diretório de Diadema começa articular em suas bases para minar as intenções da Articulação de Esquerda, ala mais radical do PT. O grupo não descarta lançar nome para confrontar com Mário Reali, candidato à reeleição. "Prévia não é novidade. Sempre agimos com responsabilidade. Independentemente do resultado, nós temos compromisso de apoiar o vencedor", declarou a vereadora Irene dos Santos, que concorreu às prévias em 2007.

Para o comandante do PT na cidade, Josemundo Queiroz, o Josa, o momento é diferente, pois se trata de reeleição. "Qual é o motivo para ter prévia?", questionou.

Em Rio Grande da Serra, a postura do pré-candidato Cláudio Manoel Melo, o Claudinho da Geladeira (PT), irritou Carlos Augusto César, o Cafu (PT), que vai lançar nome para fazer frente ao colega. O petista salientou que tentará angariar apoio do ex-prefeito Ramon Velásquez que, insatisfeito, tem negociado migração para o PCdoB. Claudinho, por sua vez, lamentou a opção do colega. "Minha candidatura tem aceitação de 18 dos 21 integrantes do diretório. As prévias não me preocupam", considerou.




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