Cenário do assassinato do motorista de ônibus, Marcelo Barbosa do Nascimento, 28 anos, morto na semana passada por se recusar a dar carona aos traficantes do morro do Borel - o bairro, na opiniao do presidente da Associaçao dos Amigos da Praça Afonso Pena, Luiz Alberto Cristiano, está muito violento. "Nossa intençao é mudar o grau de violência na Tijuca".
"Quem falou em violência aqui?", reagiu o frei Reimont Luiz Otoni. "Vamos criar uma cultura de paz", disse. E nada como um bom abraço para espalhar o espírito de harmonia. Em um momento reservado, os participantes do movimento se abraçaram e trocaram votos de felicidades. O evento tinha até música tema, eleita pelos alunos e trabalhada em sala de aula: Monte Castelo , de Renato Russo.
Durante a manha, o pedido de paz foi feito com música, dança e poesia. As crianças da Escola Sao Vicente, por exemplo, apresentaram uma coreografia. Quatro alunas do Colégio Santa Teresa de Jesus soltaram a voz em uma paródia da música O que é, o que é?, de Gonzaguinha, feita por eles mesmos e pedindo um Brasil mais humano. Até os versos de O operário em construçao , de Vinícius de Moraes, foi recitado pelo grupo de estudantes.
Se pudesse a estudante Ana Paula Rodrigues, 15 anos, abraçava todo o país. Enrolada na bandeira do Brasil, a mesma que usou para torcer pela Seleçao na última Copa, ela desfilava na Praça. "Sou patriota. Quero paz em todo o país", disse.
O movimento também envolveu a dona de casa Isolina de Oliveira Jorge Mendes, 62 anos, e sua família. Com marido, filha, genro e dois netos, ela fez o seu retrato do mundo. "As pessoas hoje em dia só cuidam de si. é preciso espalhar mais harmonia", disse.
A estudante Carolina Paiva, 18 anos, era outra bem engajada. "As pessoas precisam se conscientizar pela paz", pediu. Todos os fins de semana, Luiz Gustavo Falcao leva o seu filho para brincar na Praça e nao se incomodou com o movimento. "Acho válido", disse.
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