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Vendas recordes de veículos surpreendem montadoras
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
05/07/2009 | 07:43
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Tiago Silva/DGABC


Enquanto o mundo ainda não emergiu da crise, o mercado automotivo brasileiro surpreende. Apoiadas na redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), crescimento do crédito, promoções e demanda, as fortes vendas de carros e comerciais leves pegaram desprevenida até mesmo a indústria automobilística, que não apostava numa recuperação tão rápida e já tem dificuldades para atender a todos os pedidos - alguns modelos enfrentam fila de espera de até dois meses.

"Ninguém acreditava num desempenho tão forte aqui depois de uma crise de dimensões globais ", afirmou o consultor André Beer, ex-vice-presidente da General Motors. "O mercado brasileiro prova estar em processo de maturidade", reforça Beer, que também já presidiu a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

"As 300 mil unidades em junho (recorde histórico) são para deixar qualquer um boquiaberto", afirma Domingos Boragina Neto, diretor comercial da Citroën. "Demonstra que o brasileiro é reativo na crise."

As vendas cresceram 3,1% no primeiro semestre sobre igual período de 2008. Quem antes apostava numa retração de até 5% em 2009, já considera elevação na mesma cifra. "Já acredito em 2,9 milhões de unidades neste ano contra 2,78 milhões em 2008", afirmou Francisco Satkunas, diretor da SAE (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade).

As empresas que mais apostaram no período em que a crise se instalou no Brasil, em setembro de 2008, colhem os frutos. Enquanto a maioria recorreu a férias coletivas prolongadas, a Volkswagen, por exemplo, apostou na produção - a linha da Kombi só parou uma semana na fábrica da Anchieta.

As vendas de carros e comerciais leves da VW cresceram 12,6% no primeiro semestre, enquanto o mercado subiu 4,2%. Só em junho, suas vendas totais aumentaram 35,7%, quando a indústria cresceu 17,23%. "Quem não entrou na onda do apocalipse sai mais forte da crise", afirma Satkunas.

"A indústria está surpresa e confiante", afirma Francisco Stefanelli, diretor de vendas da GM, que teve recorde histórico de vendas em junho.




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