Os detentos do CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes, interior de São Paulo, mantiveram a greve de fome pelo segundo dia consecutivo. Dos 61 presos, 47 rejeitaram a comida e apenas 14 já voltaram a se alimentar normalmente.

O motivo da greve é a insatisfação dos presos com as reformas feitas nas celas do presídio. Eles reclamam da instalação de uma chapa de metal na frente dos vidros das janelas, que estaria reduzindo a entrada de luz e do forte cheiro de tinta fresca, agravado pela falta de ventilação nas celas.

O juiz corregedor Carlos Fonseca Monnerat ordenou que a Coordenadoria de Saúde da Secretaria de Administração Penitenciária apure as denúncias de más condições nas celas, em até 72 horas. Monnerat também orientou que a comida continue a ser oferecida a todos os presidiários.  

O líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marcos Camacho, o Marcola, e outros membros da facção como Júlio César Guedes, o ‘Julinho Carambola’, e Roberto Soriano, o ‘Betinho Tiriça’, estão participando da greve de fome.

Já os líderes Robson Lima Ferreira, o ‘Marcolinha’, e Orlando Mota Junior, o ‘Macarrão’, continuam se alimentando normalmente, pois devem liderar as possíveis negociações. Eles elaboraram uma carta com as denúncias, que foi entregue à Justiça pela advogada Iracema Vasciano, da ONG Nova Ordem.

A suspeita é que o movimento tenha sido coordenado pelo chileno Maurício Norambuena, o ‘Comandante Ramirez’, que liderou o seqüestro do publicitário Washington Olivetto. Ele atua como mentor do PCC.