Enquanto três de cada quatro franceses consideram que o chefe de Estado deve dar explicações ao juiz, o premiê socialista, Lionel Jospin, comunicou a Chirac que seu governo não pode "emitir uma apreciação sobre um ato de procedimento judicial".

Desde quarta-feira, o número um do Partido Socialista, François Hollande, declarou que sua coletividade política não deseja lançar um procedimento de acusação contra Chirac junto à Alta Corte de Justiça.

Esta tomada de posição é um rechaço implícito à iniciativa do deputado socialista Arnaud Montebourg, que há meses conduz uma ativa campanha nos meios parlamentares para que Chirac seja julgado.

A convocação, fixada para 4 de abril pelo juiz Eric Halphen, se refere ao período quando Chirac era prefeito de Paris (1977-95) e trata de um caso de financiamento do partido RPR (Reunião para a República, fundada pelo atual presidente) por meio da distribuição de contratos de mercados imobiliários da prefeitura de Paris.

O juiz Halphen trabalha há sete anos no caso, que sofreu um sobressalto em setembro de 2000 com a publicação de confissões póstumas de um financiador oculto do RPR que revelou que os fundos malversados eram em seguida repartidos entre diversos partidos de direita e de esquerda.

Os comunistas, aliados dos socialistas no governo, foram mais claros ainda do que eles para denunciar a iniciativa do juiz.