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ICV em SP tem deflação de 0,18% em fevereiro
Do Diário do Grande ABC
Com Diário OnLine
08/03/2004 | 22:02
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A variação dos preços na cidade de São Paulo registrou deflação de 0,18% em fevereiro, segundo dados do ICV (Índice do Custo de Vida) do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). É o menor resultado desde junho do ano passado, quando a taxa ficou em –0,26%. Em janeiro, a inflação medida pelo indicador havia atingido 1,46%.

Segundo o Dieese, a queda em fevereiro reflete um movimento tradicional do período, de recuo nos preços na comparação com o mês anterior. "Os preços não foram contaminados pelas altas registradas em janeiro", avalia a coordenadora da pesquisa de preços do Dieese, Cornélia Nogueira Porto. As expectativas eram de que, no mês passado, as taxas ficassem menores por causa dos ajustes dos preços, que voltam aos patamares normais depois de passados os reflexos das explosões que acontecem no mês de dezembro. Mas não uma deflação, como aconteceu.

Entre os grupos, Alimentação teve deflação de 0,59%; Transportes, -0,30%; Vestuário, -0,99%; Habitação, -0,07%. Entre os grupos com inflação, Saúde, Despesas Pessoais e Equipamento Doméstico ficaram em 0,24%; Educação e leitura, em 0,16%; Recreação, 0,22%; e Despesas Diversas, 2,19%.

Para a professora de Economia Marlene Cardia La Viola, do Imes (Centro Universitário Municipal de São Caetano), a deflação é interessante porque não há sinais de que possa ser crônica. Nesse caso, a retração se associa a um quadro de recessão, ou seja, à queda da atividade econômica. As vendas caem com a perda do poder aquisitivo do consumidor.

zero – Segundo o Dieese, a previsão da inflação no município de São Paulo para março é de um índice próximo de zero.

"Não há motivos para se preocupar com as taxas nos meses seguintes", diz Cornélia Porto. Na avaliação da coordenadora do Dieese, a tendência de inflação poderá ser uma boa indicação para a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) – que se reúne na próxima semana para definir a nova Selic – pois mostrou que o movimento de fevereiro foi pontual, típico dessa época do ano. A taxa básica está em 16,5% ao ano desde dezembro.

A professora do Imes explica que as decisões do Copom são baseadas em um conjunto de índices da economia. Os dados do ICV, do Dieese, indicam os preços no varejo, pois o índice é medido na ponta do consumo. "Esse indicador é muito importante, mas, na verdade, para a fixação das taxas de juros são importantes também os preços verificados no atacado, como o da gasolina, que repercute a formação de preços de inúmeros produtos", diz. No entanto, ela acredita que as previsões mantidas pelo BC, por meio de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), segundo as quais a inflação acumulada este ano ficará em 5,5%, deverão ser mantidas.

No primeiro bimestre de 2004, o ICV acumula inflação de 1,27%, sendo que, no período, as maiores altas são dos grupos Educação e leitura (8,72%) e Saúde (4,03%). Na semana passada, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), da USP, anunciou que a inflação de São Paulo recuou de 0,65% em janeiro para 0,19% em fevereiro, melhor resultado desde julho do ano passado.

No Rio, o IPC-RJ (Índice de Preços ao Consumidor), pesquisado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), despencou de 1,22% em janeiro para 0,15% em fevereiro.




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