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MS: sem-terra protestam contra demora da reforma agrária
Do Diário do Grande ABC
29/04/1999 | 18:12
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Cerca de 1,2 mil sem-terra, liderados pela Federaçao dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), participaram nesta quinta de uma série de protestos, no centro de Campo Grande, contra a morosidade da reforma agrária no Mato Grosso do Sul e a forma como ela está sendo conduzida pelo governo federal. O ato marcou o lançamento do Grito da Terra Brasil 99, que acontece esta sexta (30), em todo o País.

Uma pauta pedindo o empenho do Estado na implantaçao de novos assentamentos de trabalhadores rurais, com aproveitamento das terras devolutas e os excessos de área que estao sendo anexados às antigas escrituras, foi entregue ao governador José Orsírio dos Santos (PT). Os sem-terra reivindicam do governo estadual o assentamento de pelo menos quatro mil famílias e do Instituto Nacional de Colonizaçao e Reforma Agrária (Incra)o de outras três mil até o final do ano.

Os manifestantes saíram em passeata da sede da Fetagri, a quatro quilômetros do centro da cidade, e se concentraram em frente ao prédio do Incra, gritando palavras de ordem como "Fome, Miséria, Desemprego e Desespero". Em seguida, se concentraram na Praça Ary Coelho onde encerraram a manifestaçao, no início da tarde.

Metas - Geraldo Teixeira de Almeida, presidente da Fetagri, afirmou ser vergonhosa a meta do Incra fixando o assentamento de apenas 1,2 mil famílias até dezembro, quando a meta inicial era chegar a 3,7 mil famílias assentadas. "Nós estamos com 52 acampamentos de sem-terra no MS espalhados pelas margens de várias rodovias e proximidades de fazendas improdutivas que deveriam estar desapropriadas", disse. "Um povo faminto e miserável nao pode ser pacífico enquanto assiste os tristes episódios promovidos pelas comissoes parlamentares de inquérito, mostrando ao mundo inescrupulosos personagens que, em curto espaço de tempo, solapam a Naçao em bilhoes de dólares".

Ruralistas - Segundo o presidente do Movimento dos Produtores Rurais do Mato Grosso do Sul, Renato Merem, a situaçao dos sem-terra no Estado deixa os fazendeiros intranqüilos. De acordo com o ruralista, neste final de semana podem ocorrer várias invasoes simultâneas de fazendas no MS. "Temos informaçoes seguras de que até o próximo domingo serao invadidas cinco fazendas de grande porte, somente na regiao sul. Nao sabemos quais, mas tememos que nao sejam apenas essas cinco". Existem três frentes de invasoes no Mato Grosso do Sul compostas por sem-terra ligados a Fetagri, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Central Unica dos Trabalhadores (CUT), que agem isoladamente.




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