O governo quer saber quantos sao os cursos profissionalizantes no país, como funcionam e o número de alunos que têm. Para isso os responsáveis devem responder a um questionário preparado pelo Ministério da Educaçao, que está à disposiçao em cerca de 7 mil agências dos Correios e nas secretarias estaduais de Educaçao e de Ciência e Tecnologia. Será o primeiro Censo da Educaçao Profissional já realizado no Brasil. O prazo acaba no dia 29.

Atualmente o governo nao tem noçao de quantos alunos estao matriculados em cursos profissionalizantes nem as condiçoes em que funcionam essas aulas. A idéia é verificar as opçoes existentes com base em três tipos de cursos profissionalizantes: os básicos que nao exigem nenhuma qualificaçao mínima nem têm um currículo bem definido, os técnicos cujo o nível mínimo exigido é o 1º grau e, os tecnológicos que o aluno deve ter completado o 2º grau. "A vantagem é que será possível avaliar as mudanças de hábitos da populaçao, a partir das opçoes pelos cursos, e programar modificaçoes de acordo com as necessidades de cada regiao", explicou a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Helena Guimaraes de Castro, responsável pela realizaçao do censo nacional. "Naturalmente depois da pesquisa o nível dos cursos deverá melhorar."

Puniçoes - Os responsáveis pelas escolas e instituiçoes que oferecem algum tipo de qualificaçao profissional têm até o dia 29 para responder aos questionários. Segundo Maria Helena, o responsável por um determinado curso que nao preencher ao cadastro, está livre de puniçoes, porém ela alerta que o ideal é que todos cooperem. "Nao há perigo de uma determinada instituiçao ser condenada porque nao estamos inicialmente considerando a qualidade técnica nem as condiçoes em que funciona", garantiu.

O diretor de Estatística do Inep, Joao Batista Gomes Neto, e a presidente do órgao afirmaram que a mudança de perfil do estudante brasileiro mudou de quatro anos para cá: a maior parte procura cursos profissionalizantes a universitários. Segundo eles, a diferença maior se deve às opçoes oferecidas por regiao. Maria Helena explicou que, em geral, as prefeituras investem em cursos de enfermagem enquanto no Nordeste, há um incentivo maior para a formaçao de agentes de saúde.

A previsao é que a partir de março do ano que vem, quando a avaliaçao do censo estiver pronta, os técnicos dêem início à segunda etapa dos trabalhos: organizar e reorientar os responsáveis pelas escolas e insttuiçoes que mantém algum tipo de qualificaçao profissional. A idéia é elaborar uma legislaçao para regulamentar o setor, o que nao existe atualmente, e depois assegurar a qualidade por meio de certificados emitidos pelo MEC.