"Nao queremos dinheiro vivo, mas respeito aos povos indígenas", avisa o secretário do recém-criado Conselho, Alvaro Tucano, da etnia tucano do Amazonas. Segundo ele, a entidade articula para 15 de agosto uma audiência com o ministro da Justiça, José Carlos Dias. Nesse encontro serao entregues as reivindicaçoes do Conselho, em que a reestruturaçao e o aumento do orçamento da Funai sao destaques. O cacique Megaron Txukaramae, da etnia Caiapó, do Mato Grosso, foi eleito presidente do Conselho Nacional dos Povos Indígenas.
Segundo Alvaro Tucano, o Conselho dos Povos Indígenas atuará buscando parcerias com os Estados, municípios, empresas privadas e entidades humanitárias nacionais e internacionais para criar meios de matar a fome dos índios brasileiros, principalmente na Amazônia. "Nossa principal luta é sensibilizar as autoridades para a gravidade da questao indígena", explica o cacique Megaron, que tem um encontro agendado com o presidente a Funai, Márcio Lacerda. A entidade quer reunir-se ainda com os ministros da Saúde, José Serra, e o da Educaçao, Paulo Renato Souza, para expor as questoes emergenciais e as prioridades dos índios.
O Conselho quer contribuir também com o governo federal na formulaçao de uma nova política indigenista. Para isso, a entidade irá promover seminários e conversas com sertanistas, indigenistas, antropólogos e militantes do indigenismo para coletar informaçoes destinadas a mudar a realidade indígena brasileira. "É inadmissível que os índios continuem morrendo à míngua", diz cacique Alvaro Tucano, lembrando que o país tem hoje 350 mil índios divididos em 217 etnias.
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