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Fidel pede uniao AL-Europa contra EUA
Do Diário do Grande ABC
11/11/1999 | 17:44
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O presidente cubano Fidel Castro, anfitriao da próxima Cúpula Ibero-americana, pediu nesta quinta-feira a uniao dos países da América Latina e que estes se vinculem à Europa para evitar que os Estados Unidos os "devorem".

Uma aproximaçao entre América Latina e Europa tem "um valor estratégico, porque assim podemos evitar que nos devorem", disse o líder cubano numa reuniao com jornalistas, que começou na tarde de quarta-feira e terminou na madrugada desta quinta-feira.

O crescimento de investimentos europeus na regiao "é altamente conveniente para nossos países", disse Fidel, assegurando que Washington se opoe a essa aproximaçao.

Citou um artigo de uma revista norte-americana como exemplo do "ódio" que há pela Espanha por ser o segundo país investidor na América Latina, depois dos Estados Unidos.

Espanha, considerada "ponte" européia com América Latina, buscará na Cúpula Ibero-americana abrir novas vias para aumentar seus intercâmbios comerciais na área.

América Latina absorve anualmente 6,7% das exportaçoes espanholas e gera apenas 3,8% das importaçoes, mas entre janeiro e julho passado concentrou 17,3 bilhoes de dólares em investimentos espanhóis em todos os setores estratégicos.

Se América Latina nao se une perderá sua identidade, sua independência política e econômica e ficará "anexada aos Estados Unidos", advertiu Fidel.

América Latina, acrescentou, seria entao "sede de montadoras" e uma "imensa área franca desde o Rio Bravo até a Patagônia".

Assinalou que a anexaçao começaria se a regiao adotasse o dólar como moeda única.

Deve-se chegar a essa uniao porque tem muitas coisas em comum como o idioma, a cultura e a história, disse Fidel observando que "nao vejo em outra parte do mundo um conjunto de países com tantas semelhanças".

Estados Unidos se opoem ao Mercosul, frisou, e "ficaram felizes agora com as dificuldades entre Brasil e Argentina".

Castro denunciou que os Estados Unidos fizeram "grandes esforços para sabotar" a próxima reuniao em Havana dos países da América Latina, Espanha e Portugal, pressionando mandatários da regiao para que nao fossem ao encontro.

A IX Cúpula Ibero-americana nao virao os presidentes da Argentina e Chile por diferenças com Espanha, assim como os de Costa Rica, El Salvador e Nicarágua por discrepâncias políticas com Fidel.

Sobre o encontro que se inicia segunda-feira, Castro disse que está garantido seu êxito e que "se chegou ao consenso em todos os temas há algum tempo".

Advertiu que "a revoluçao nao será refém da Cúpula Ibero-americana", em relaçao a manifestaçoes de ativistas que, segundo ele, paga Washington, antes ou durante a reuniao. As autoridades "nao vacilarao" em prender quem provocar distúrbios, afirmou.




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