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Brasil deve ser 5º mercado de carros
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
09/01/2009 | 07:00
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O Brasil deverá se tornar o quinto maior mercado consumidor de carros do mundo, mas apresenta um quadro de incertezas no setor automotivo, que tem levado à ampliação das férias coletivas nas montadoras e ao crescimento do desemprego nos fornecedores de autopeças.

A provável subida no ranking mundial em 2008 - o País era o oitavo em consumo de carros zero-quilômetro e sexto em fabricação em 2007 e deve subir para quinto por ambos os critérios, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) - reflete os números alcançados no ano passado pela indústria automobilística nacional.

As montadoras registraram no País um crescimento de 8% na fabricação frente a 2007, ao somar 3,21 milhões de unidades produzidas, segundo a associação.

O desempenho da produção, por sua vez, refletiu a performance expressiva tanto nas vendas internas quanto nas exportações no ano passado.

Em valores (US$ 13,5 bilhões), houve crescimento das vendas ao Exterior de 3,4% em relação ao ano anterior - apesar do dólar em queda frente ao real ao longo de boa parte do ano passado, o que tirava competitividade das exportações. No mercado nacional, a expansão foi de 14,5%, para o total de 2,8 milhões de unidades vendidas.

O volume de fabricação, que é um recorde histórico, veio mesmo com a forte retração nos três últimos meses, em função da crise financeira internacional. Em dezembro, quando foram montados 102,1 mil veículos, houve queda de 47,1% na fabricação frente a novembro.

Para o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, a queda significativa se deveu ao fato de que as montadoras e concessionárias vinham com estoques muitos altos. As fabricantes têm se adequado (com folgas e férias coletivas) à demanda menor, após a crise global. Com isso, o volume estocado caiu de cerca de 300 mil unidades em novembro para 211.625 em dezembro.

Nesta semana, a General Motors deu licença remunerada para 500 funcionários, de São José dos Campos, até a próxima segunda-feira sob a justificativa de adequação técnica na linha de montagem.

INCERTEZAS - A Anfavea prefere não arriscar prognósticos de resultados para 2009. A entidade aguarda que as medidas do governo de estímulo às vendas de veículos - por exemplo, com a redução do IPI para a venda de carros até março - se mostrem efetivas e que o cenário econômico melhore no Brasil e no Exterior.

Especialistas, no entanto, avaliam que as vendas deste ano devem ficar, na melhor das hipóteses, próximo dos 2,46 milhões de unidades de 2007. "Não dá para ter os números de 2008. Podemos chegar a 2,4 milhões", afirma consultor André Beer.

Apesar disso, há confiança, por exemplo, de que pode haver uma retração nas taxas de juros e de retomada mais ampla da oferta de crédito no País, e uma estabilização do câmbio, que ajudaria a impulsionar as exportações.




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