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Quatro anos é tempo demais para o governo Lula, afirma Alckmin
21/12/2005 | 23:33
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O governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2006, Geraldo Alckmin, afirmou quarta-feira que quatro anos é tempo demais para um "governo ruim" como o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Para um governo ruim, quatro anos é tempo demais, porque você perde tempo, oportunidades e não resolve as coisas", disse ele, rebatendo a declaração de Lula de que quatro anos de mandato é pouco tempo para governar. E complementou: "Se for analisar a confiança da população (no governo Lula), o povo está achando que é muito (tempo)."

As críticas do governador à administração petista foram feitas após reunião do secretariado paulista, realizada no Palácio dos Bandeirantes, num encontro que teve clima de despedida, pois Alckmin fez um balanço geral de sua gestão, prestou contas, avaliou como bom o desempenho registrado e discursou como candidato à sucessão de Lula. Em entrevista concedida após o evento, ele prometeu trabalhar muito para ser candidato e presidente do Brasil. "Estou animado e acho que podemos avançar muito". E disse que se for eleito, vai realizar um choque de gestão e de modernidade já no primeiro dia de mandato. "No primeiro dia de governo, todas as reformas têm de estar no Congresso Nacional, temos também de implantá-las (as reformas) no executivo. Não podemos ficar neste marasmo, temos de chacoalhar as estruturas para avançar."

O governador evitou comentar a declaração do ex-ministro chefe da Casa Civil e ex-deputado federal, José Dirceu (PT), de que os empresários preferem a sua candidatura, em vez da candidatura do prefeito da Capital, José Serra (PSDB), porque sua personalidade é mais dócil. "Não tenho nenhum comentário a fazer sobre as declarações de José Dirceu". Mas, diante da insistência dos repórteres, emendou: "Isso (a declaração de Dirceu) é ridículo". E fez questão de dizer que além da preferência dos empresários, teve também em São Paulo (na reeleição para o governo), os votos dos trabalhadores, pois obteve um resultado de mais de 12 milhões de votos.

Apesar de citar a votação expressiva que teve nas últimas eleições em São Paulo, Alckmin evitou entrar em polêmica com o prefeito Serra, que é outro tucano citado como pré-candidato à Presidência no ano que vem. Mas justificou a preferência do empresariado por sua candidatura, com a alegação de que é um administrador que tem como premissa o "trabalho, trabalho e trabalho", e a defesa do empreendedorismo. "Não é discurso e nem retórica. São Paulo mostrou que é possível avançar", comentou, citando os resultados alcançados pela sua administração, que terá disponível em caixa mais de R$ 9 bilhões para investir em 2006.

Ao falar do desejo de governar o Brasil, Alckmin disse acreditar que o país está preparado para dar um grande salto. Mas para isso, é necessário muito trabalho. Ele comentou, também, que se for o escolhido de seu partido para a disputa presidencial, irá defender enfaticamente a gestão de Fernando Henrique Cardoso. "Até porque ele teve muito mais acertos do que erros".

Ele classificou de "bobagem" as críticas que o presidente Lula e seus colaboradores fazem do governo FHC. "É uma bobagem discutir o governo que já passou, é por isso que o Brasil está perdendo tempo, precisamos olhar para frente."




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