A gasolina deve ficar cerca de 10% mais cara a partir de julho. A estimativa é do presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Grande ABC), Toninho Gonzalez, que disse que existe conversa no setor de combustíveis de que o governo federal reajustará o preço nas refinarias. "Não temos nada oficial ainda", garantiu o representante da entidade, destacando que, em caso de alta, haverá repasse ao consumidor.

Ele explicou que aumento na base, as refinarias, ganhará gordura até chegar ao cliente final por parte dos agentes da cadeia de combustíveis. "Se é 10% lá, é provável que seja maior para o motorista que abastece nos postos." Em outubro, a Petrobras elevou o produto em 10%.

Os agentes envolvidos na negociação do reajuste estão reticentes quanto ao novo aumento. Ontem, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que ocorre no Rio de Janeiro, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que é necessário o reajuste como contrapartida ao investimento da estatal. Garantiu que não há indicações sobre qual será o percentual por parte do governo. E afirmou que interessa à empresa que os brasileiros mantenham consumo crescente do derivado de petróleo./CW

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também durante a Rio+20, destacou que não há definições da administração pública para o reajuste. Confirmou que os economistas do ministério avaliam e calculam o impacto que aumento causará na inflação. E arrematou que o Ministério da Fazenda participa das contas./CW

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pela inflação oficial do País, a gasolina tem peso de 4,29 pontos percentuais na cesta de consumo que compõe o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em maio, por exemplo, a gasolina deflacionou 0,52% às famílias, mas o indicador subiu 0,36%.

Questionados pela equipe do Diário, Presidência da República e Ministério de Minas e Energia não comentam o assunto