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Fernando Henrique lidera apoio do Mercosul à Duhalde
Das Agências
17/02/2002 | 20:01
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O presidente Fernando Henrique Cardoso deve coordenar junto com os demais presidentes membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) um pedido de ajuda internacional ao país junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e os países ricos.

FHC viajou na tarde deste domingo para se encontrar com Eduardo Duhalde. Na segunda-feira, ele participa da cúpula dos representantes do Mercosul, além dos líderes do Chile e da Bolívia.

"A visita ajudará a transmitir para a comunidade internacional que o Mercosul apóia esse governo", comentou o embaixador do Brasil na Argentina, José Botafogo Gonçalves. Na sua avaliação, embora o momento mais agudo da crise já tenha passado, o país ainda enfrenta uma conjunção de crises financeira, política, econômica e institucional.

O temor já expressado por autoridades do governo brasileiro é que, levada ao limite, a crise poderia trazer conseqüências para toda a região. Segundo Botafogo, os países do Mercosul querem que Duhalde permaneça no cargo porque "não há alternativa melhor do que essa." Os chamados "panelaços" ou "argentinaços" que ocorrem diariamente já se tornaram rotina na paisagem portenha. Não são poucos os que pregam a derrubada de Duhalde. Mas na avaliação de Botafogo o presidente argentino conseguiu, bem ou mal, reunir uma maioria que lhe dá apoio no Congresso, e é de interesse dos países do Mercosul que esse embrião de estabilidade política seja preservado.

Por isso, o embaixador acredita que a antecipação das eleições, marcadas para 2003, "não ajudaria em nada, só atrapalharia", pois abriria espaço para a politização de questões técnicas que precisam ser resolvidas de imediato, como a saída do "corralito", a retenção dos saldos bancários dos argentinos.

Outras questões que estão em negociação com o Brasil, como a revisão do acordo automotivo e a ampliação do Convênio de Crédito Recíproco (CCR), ainda não receberam a devida atenção dos argentinos, por absoluta falta de tempo.

Setor automotivo – O Brasil quer uma revisão do regime automotivo cujo objetivo final é a liberalização total do comércio de veículos entre os dois países. Os argentinos, porém, não têm nenhuma proposta a respeito.

Em princípio, isso seria bom para ambos os lados, pois representaria um mercado mais amplo para as montadoras brasileiras e maior possibilidade de exportação também por parte dos argentinos. Mas sua implementação não é tão simples, pois a indústria argentina é menos competitiva nesse setor.

Na agenda dos argentinos, as preocupações são outras. Quando esteve no Brasil, semana passada, o ministro da Produção, José Ignacio de Mendiguren, disse que o governo de seu país está preocupado com o desabastecimento e a inflação e admitiu que as tarifas de importação de alguns produtos poderiam ser reduzidas para enfrentar esses problemas.




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