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Cursos de MBA no país conquistam executivos
Paulo Carneiro
Da ARN, em Sao Paulo
20/06/1999 | 20:58
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Os cursos de MBA (Master in Business Administration) ministrados no Brasil estao conquistando a confiança de profissionais em busca de aperfeiçoamento que nao podem (ou nao querem) morar no exterior para obter o certificado. Essa tendência começa agora a ser incorporada por empresas como Banespa, GM, Siemmens, Ernest & Young, Kodak, Nova Dutra e outras, que já investem no treinamento de funcionários no Brasil. Os preços variam de R$ 11 mil a R$ 33 mil, cifras bem mais suaves do que as de cursos oferecidos por algumas universidades norte-americanas. Só para dar um exemplo, um MBA em Harvard, de dois anos, nao sai por menos de US$ 50 mil, sem contar passagens e acomodaçao. Mas fica a pergunta: o investimento vale a pena?

Para o coordenador do MBA da USP (Universidade de Sao Paulo), Cláudio Filizoni, os cursos nao devem ser encarados como sacrifício, mas como uma necessidade do mercado globalizado. "As empresas precisam de um número cada vez maior de executivos aptos a tomar decisoes rápidas e precisas. O MBA possibilita essa capacitaçao." O pretendende a uma vaga deve ter no mínimo dois anos de experiência em cargos de "alta responsabilidade", muito apetite para a leitura, domínio da língua inglesa e freqüentar pelo menos 75% das aulas.

No Grande ABC, a tendência pelo MBA nacional é representada pelo Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior) de Sao Caetano, que também inclui experiência em cargos decisórios como pré-requisito para matrícula. "O curso destina-se à complementaçao da formaçao do executivo", afirma o seu coordenador, Sílvio Minciotti. Segundo ele, o diferencial do MBA do Imes é que o aluno se aprofunda ao mesmo tempo na análise financeira da empresa e do sistema bancário. Com corpo docente formado por professores da USP e do Imes, o curso tem uma flexibilidade de horários que permite ao aluno estudar sem sacrificar as atividades profissionais.

Já a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) formou uma parceria com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) para o seu MBA, instituído para atender a uma demanda de empresas brasileiras na área. A idéia é agregar ao curso a respeitabilidade das duas instituiçoes, mas sem esperar resultados imediatos. "O conceito será criado à medida que a qualidade do nosso trabalho se tornar mais conhecida", afirma o coordenador, Luís Fernando Almeida.

Com um pé no Brasil e outro nos EUA, o Ipep (Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa) firmou convênio com a Universidade de Dallas, dividindo o curso em um módulo básico no Brasil e um avançado nos EUA. Segundo o coordenador do centro de pós-graduaçao do Ipep, Marcos Malena, desde o início do curso é aplicada a metodologia e a bibliografia de Dallas. "Exigimos domínio do inglês, experiência profissional comprovada e um rigoroso histórico curricular." Para Malena, o curso se destina à formaçao do executivo para o mundo atual, que exige "raciocínio muito mais rápido do que há 10 anos". "Antes, eles eram homens de ponderaçao e hoje sao de decisao. O executivo tem de ser rápido sem errar."




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