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Renan: Congresso aprovará salário mínimo que a sociedade quiser
Da Agência Senado
20/01/2006 | 17:02
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o Congresso Nacional aprovará o salário mínimo que for do interesse da sociedade. A afirmação foi feita na noite desta quinta-feira, durante jantar oferecido pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB) ao presidente da República. Renan não acredita que a Previdência quebre por causa de um reajuste maior para o mínimo. Em sua opinião, o que o sistema previdenciário precisa é ser melhor administrado.

"O presidente Lula não falou de salário mínimo, mas eu disse a ele que o propósito do Congresso é aprovar o maior salário que a economia puder pagar. Se for R$ 360,00, será R$ 360,00. Se for mais, será mais. O Congresso é reflexo da sociedade. Quando a sociedade cobra alguma coisa do Congresso, ela cobra legitimamente e é preciso atendê-la, porque o Congresso só tem legitimidade se representar os interesses da sociedade", destacou.

De acordo com o presidente do Senado, Lula não tem uma questão fechada sobre o assunto. Por isso, Renan aproveitou para dizer-lhe que interessa ao Congresso manter uma política permanente para a recuperação do poder de compra do salário. "É isso que o Brasil precisa e nós devemos estabelecer um valor. Eu só não concordo quando esse valor vira tema de disputa política, porque aí acaba tendo desdobramento eleitoral. Isso não é bom, porque prejudica o próprio salário mínimo", disse o senador.

Indagado sobre o risco de um reajuste maior quebrar a Previdência, Renan discordou desse entendimento. "A Previdência tem um déficit que é conseqüência principalmente de má-gestão. Não é o valor do salário mínimo que irá agravar esse déficit. Nós precisamos ter na Previdência uma gestão diferente, transparente, correta, absolutamente transparente, absolutamente correta. Se nós fizermos isso, tenho certeza absoluta que vamos avançar com relação à necessidade de ter um salário melhor."

Renan disse ter aproveitado a conversa com o presidente da República para defender uma política que "garanta um salário mínimo digno desse nome e paralelamente outras medidas, como a desoneração dos produtos da cesta básica, porque só isso já daria um aumento no poder de compra do salário maior que aquele que houve no inicio do Plano Real". E Lula concordou, afirmou Renan.

O presidente do Senado disse que o jantar foi marcado por uma conversa sobre o desempenho do governo, centrada sobretudo numa exposição feita pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "A conversa teve uma participação intensa do presidente, para aclarar situações, o que demonstra um resultado de governo que muita gente não conhece provavelmente por falha de comunicação", disse o senador.

Questionado pela imprensa sobre se falou sobre uma possível aliança entre o PT e o PMDB para a sucessão presidencial, Renan disse que não teria sentido falar disso nesse jantar. "Toda vez que alguém afirmar ter havido uma conversa sobre alianças, não entendam isso como verdade, porque nem o próprio presidente decidiu que é candidato. Quando o presidente não sabe que é candidato, não respondeu para ele mesmo essa pergunta, como é que ele pode avançar com relação a uma candidatura? Isso é uma coisa que não tem sentido."

Conforme o relato de Renan, Lula falou sobre o desempenho do governo, analisou área por área de sua gestão e deixou marcada uma próxima reunião para prosseguir com essa conversa com o PMDB.




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