Economia Titulo
Risco-país pode não refletir economia real
Antonio Rogério Cazzali
Do Diário do Grande ABC
13/07/2002 | 18:20
Compartilhar notícia


Nos últimos meses, a divulgação do crescente risco Brasil movimentou o mercado. No fim da semana passada, os 1.534 pontos haviam tido queda de 0,9%, mas o Brasil continuava na terceira posição no ranking dos países com maior risco para investimentos, atrás somente da Argentina e Nigéria. Entretanto, este índice, determinado pelo banco norte-americano JP Morgan, em Wall Street, parece não refletir a realidade brasileira, que conta com uma série de investimentos e acordos de longo prazo. Para grande parcela do empresariado, os rumores de instabilidade fazem parte simplesmente de um contexto pré-eleitoral.

Como afirmou o diretor de assuntos corporativos da Bridgestone Firestone do Brasil, com fábrica em Santo André, José Batista Gusmão, a empresa já está no país há 70 anos e sempre direcionou seu projetos e investimentos, independentemente dos presidentes que estiveram no comando da nação. Segundo Gusmão, o acordo assinado há poucos dias entre os países do Mercosul e o México beneficiará também a fabricante de pneus, cujas exportações para o México deverão crescer cerca de 100% neste segundo semestre, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Segundo Gusmão, a estimativa para 2003 é de exportar o dobro em relação a 2002. São pneus para ônibus e caminhões. Além de ser beneficiada com o acordo, a Bridgestone Firestone tem a seu favor o fato de ter investido muito nos últimos três anos. No período foram aplicados US$ 100 milhões para a modernização e expansão da fábrica do Grande ABC, valor voltado para o aumento da produção de pneus.

Mesmo percurso – A fabricante de ônibus e caminhões Scania, de São Bernardo, também não pretende fazer correções de percurso em função do resultado das próximas eleições. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, entre 1993 e 1998, a montadora investiu cerca de US$ 300 milhões para modernizar suas instalações e ampliar a capacidade produtiva. De acordo com a Scania, todos os anos a empresa investe cerca de US$ 20 milhões no Brasil e continuará neste mesmo ritmo, a despeito do candidato que venha a vencer as eleições. Segundo a companhia, a Scania já está no Brasil há 45 anos e atravessou várias gestões com visão otimista sobre o desenvolvimento do Brasil.

Outra montadora que não está muito preocupada com as eleições é a Ford, com fábrica na região. A empresa investe cerca de US$ 2,5 bilhões em seu atual programa de ação no Brasil, que inclui o projeto Amazon, na Bahia, e novas fábricas em São Paulo. Somando todos os seus investimentos, o conjunto das montadoras de veículos no Brasil deve aplicar quase US$ 7 bilhões no país até 2003, isso depois de elas terem investido mais de US$ 12 bilhões, entre 1996 e 2000.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;