O presidente interino da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Plínio Aguiar Júnior, disse que o principal prejudicado pelo bloqueio dos celulares em presídios são os consumidores de baixa renda que utilizam o sistema de telefonia móvel com cartões pré-pagos e que desenvolvem atividades autônomas ou informais.

"Esse é o usuário que sofre mais, porque tem aquele meio de comunicação e não outro. Se ele perde acesso, perde os clientes. É o mais prejudicado de todos", disse. Até o momento, entretanto, a Anatel não protocolou nenhuma reclamação das empresas operadoras de telefonia em razão dos bloqueadores que atingem a região extra-muro dos presídios.

Aguiar Júnior citou o pedido feito pelo Procon de São Paulo que conclama o consumidor a entender a gravidade do momento para o país e a ter solidariedade, mesmo enfrentando perda de qualidade do serviço nessas áreas. O presidente da Anatel revelou que também da parte das empresas de telefonia houve total cooperação.

Ele ressaltou que ainda não se sabe como essa questão será resolvida, não só em relação ao consumidor que tem o serviço prejudicado, mas também quanto às operadoras, que deverão apresentar prejuízos financeiros. "Mas até agora não é isso o principal. O principal é o atendimento a essa demanda de controlar essa situação", disse.