Cerca de 1.600 trabalhadores rurais ligados à Fetrafe (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado) ocuparam nesta segunda-feira a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Pernambuco.

Os manifestantes levaram colchões, alimentos, lenha e bandeiras para um acampamento de lona montado no pátio da instituição.

O coordenador da Fetrafe, João Santos, informou que a mobilização é um protesto contra a demora na vistoria de cem áreas indicadas como improdutivas. Nessas propriedades, segundo ele, poderiam ser assentadas 10 mil famílias que vivem precariamente sob lonas plásticas em vários municípios do estado.

Os agricultores também querem a liberação de R$ 1,3 milhão do convênio de assistência técnica nos assentamentos e o repasse da verba referente ao Programa Nacional de Educação de Jovens e Adultos.

A superintendente do Incra-PE, Maria de Oliveira, disse que ainda nesta segunda pretende se reunir com os trabalhadores e que foi surpreendida com a ocupação do prédio. Ela explicou que já havia agendado uma audiência com um dos líderes da Fetrafe, a fim de debater repasses de crédito para habitação. E informou que o crédito para assistência técnica, uma das reivindicações dos trabalhadores, está indisponível em todo o país – só deverá ser normalizado em dezembro.

Sobre o dinheiro para educação, a superintendente afirmou que não foi liberado por falta de prestação de contas. E disse esperar resolver o problema de forma pacífica. As vistorias de fazendas e engenhos improdutivos, acrescentou, estão em fase de andamento.