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Pais de babá morta nos EUA querem ir a Denver
Por Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
03/02/2006 | 07:51
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Passados 50 dias do assassinato da babá Ana Elisa Gonçalves de Toledo, 24 anos, morta pelo ex-namorado checo em Denver, nos Estados Unidos, os pais reclamam da falta de assistência por parte do governo brasileiro. Além de desejarem ajuda financeira para viajar até a cidade onde a filha vivia e onde o acusado será julgado, os pais de Ana Elisa se queixam do abandono para resolver pendências como o envio das malas do exterior até aqui e o acerto da indenização que a empresa de intercâmbio Au Pair deve pagar.

"Ninguém quer saber da nossa dor", lamenta a mãe da babá, Maria Elisa Gonçalves de Toledo, 52 anos. Ana Elisa estava no exterior havia um ano e quatro meses trabalhando de babá na casa de uma família, por meio de contrato com a empresa. Maria Elisa quer viajar até Denver, no Estado de Colorado, para assistir à apresentação do acusado (início do julgamento), que segundo lhe informaram, será no próximo dia 15. O checo Martin Novotny, 22 anos, se entregou horas depois do crime e, desde então, está preso na cidade aguardando julgamento.

A bagagem, cujo envio ficou a cargo da Au Pair, chegou no país no último dia 18, mas somente no dia 24 a família foi avisada de que se encontrava no aeroporto de Viracopos, em Campinas. "Tivemos de ir até lá por conta própria e ainda pagar à Polícia Federal por ter guardado a bagagem alguns dias", disse a mãe. Para completar, dizem que ao chegarem lá encontraram somente sete das nove malas. "As outras duas não sabemos onde estão, o relatório que nos deram fala que passaram por Recife, Madagascar e monte de outros lugares, tudo errado", reclama Maria Elisa.

A família também está apreensiva quanto à indenização a que terá direito pela morte da filha. Na bagagem, os pais esperavam encontrar os documentos de Ana Elisa, o que não ocorreu. "Não achamos o contrato de trabalho dela, nem a apólice do seguro, CIC e RG". Segundo a mãe da babá, a Au Pair chegou a oferecer R$ 15 mil de indenização, mas eles não aceitam antes de ter acesso ao contrato. Esse, portanto, seria mais um motivo da viagem para os Estados Unidos. "Quero que vá um advogado que entenda de leis internacionais para fazer a repatriação dos documentos que ficaram retidos lá", planeja Maria Elisa.

A assessoria de imprensa do Itamarati, em Brasília, informou que o governo brasileiro não tem autorização legal para esse tipo de despesa. Disse também que em casos como esse ajuda a providenciar a documentação para liberação do corpo, o que foi feito pelo consulado brasileiro em Houston.

Ana Elisa foi morta pelo ex-namorado dois meses após terminar o relacionamento que durou oito meses. Amigos e familiares contaram que Martin não aceitou a separação e teria ficado chateado ao saber que Ana Elisa estaria envolvida com outra pessoa. Martin, que também trabalhou como babá pelo mesmo programa, está sendo acusado por crime de primeiro grau – quando há intenção de matar.




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