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Toronto: 20 mil especialistas revêem lições em 25 anos de Aids
Do Diário OnLine
Com AFP
10/08/2006 | 17:19
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Vinte mil especialistas em Aids, entre médicos, cientistas e políticos, se reúnem a partir de domingo em Toronto (Canadá) para debater as lições aprendidas um quarto de século depois do início da epidemia que matou mais de 25 milhões de pessoas.

A 16ª Conferência Internacional sobre Aids começa com um balanço bastante positivo: a mobilização contra a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) permitiu estabilizar a epidemia, 25 anos depois da detecção dos primeiros casos na comunidade homossexual dos Estados Unidos.

Mas esta tendência mundial dissimula disparidades geográficas importantes e comportamentos discriminatórios que favorecem a propagação da Aids entre grupos vulneráveis: mulheres, homossexuais, profissionais do sexo ou usuários de drogas injetáveis, refugiados e presos.

No fim de 2005, 38,6 milhões de pessoas viviam no mundo com o vírus HIV, segundo a agência ONUAids, braço das Nações Unidas que coordena a luta contra a doença.

Isto representa uma proporção estável da população mundial desde 2001, apesar de o número ter aumentado em relação ao crescimento demográfico e ao sucesso dos tratamentos, que prolongam a vida dos doentes.

No ano passado, foram registradas 4,1 milhões novas infecções. Neste aspecto a doença também se estabilizou, após alcançar o pico no fim dos anos 1990.

Mas a resposta à doença deve se intensificar "significativamente", advertiu a ONUAids em seu relatório de 2006. Caso contrário, "os países cujo desenvolvimento já está atrasado por causa da Aids, continuarão enfraquecendo-se, ameaçando potencialmente a estabilidade social".

"É preciso lembrar que a epidemia continua se espalhando em algumas regiões e em alguns países", disse Achmat Dangor, diretor de comunicação da ONUAids.

Isto ocorre em países da antiga União Soviética, onde o número de soropositivos e doentes declarados se multiplicou por 20 em uma década.

A Índia, que concentra dois terços dos infectados na Ásia, superou a África do Sul em valores absolutos e a ONUAids adverte para a epidemia em áreas rurais da China, de difícil acesso.

Apesar das melhoras em seus dos 11 países mais afetados da África, a epidemia não diminuiu na África do Sul, onde 18,8% dos adultos estão infectados.

O ponto positivo é a mobilização de recursos destinados à prevenção e ao acesso a medicamentos, de US$ 1,6 bilhão de dólares em 2001 para 8,3 bilhão em 2005.

Paralelamente, os medicamentos genéricos fizeram baixar o custo dos tratamentos de 10.000 dólares para 150 dólares ao ano para os remédios da primeira geração.

Também quintuplicaram os tratamentos nos países pobres, com 1,3 milhão de pessoas recebendo o coquetel de drogas anti-retrovirais em 2005 contra 240.000 em 2001. Mas seis milhões de doentes ainda precisam destes medicamentos com urgência, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Segundo Dangor, é preciso arrecadar de US$ 20 a 23 bilhões ao ano até 2010 para alcançar o objetivo estabelecido pela assembléia geral das Nações Unidas de uma redução da epidemia em 2015.



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