Mais da metade da população mundial vive atualmente com menos de US$ 2 por dia, o salário da pobreza fixado em nível internacional, segundo dados publicados nesta terça-feira por um instituto de pesquisas dos Estados Unidos.

Cerca de um terço das pessoas que vivem nas áreas rurais não têm acesso à água potável e a taxa de mortalidade infantil na África é 15 vezes superior à registrada em países desenvolvidos, segundo a edição 2005 do relatório do PRB (Escritório de Referência Populacional), com sede em Washington.

Os países mais desenvolvidos usam cinco vezes mais energia por pessoa do que os menos desenvolvidos. Em um contexto mais específico, a América do Norte usa oito vezes mais energia por pessoa que a América Latina.

Na Tanzânia, por exemplo, 73% dos habitantes vivem com menos de US$ 2 por dia, apenas 20% das mulheres casadas em idade reprodutiva usam métodos modernos de contracepção e somente 62% da população rural têm acesso à água potável. A expectativa de vida naquele país é de 44 anos, devido à elevada incidência do vírus da Aids.

"Não se pode reduzir a pobreza se um grande número de pessoas não tem acesso a serviços básicos como saúde e água potável", disse o presidente do instituto, Bill Butz.

No início de julho, os líderes de estado do G8 anunciaram a duplicação, até o ano 2010, da ajuda ao desenvolvimento nos países pobres, elevando-a para US$ 50 bilhões.