Setecidades Titulo De janeiro a abril
Atendimento ambulatorial por diabetes sobe 55% em dois anos

Número cresceu, na comparação entre 2023 e 2025, de 4.853 para 7.554 na Região Metropolitana; doença pode causar perda de visão e membros

Tatiane Pamboukian
06/07/2025 | 00:38
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FOTO: André Henriques/DGABC
FOTO: André Henriques/DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


O número de atendimentos a pacientes com diabetes aumentou 55,6% em dois anos na Região Metropolitana de São Paulo. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, foram realizados 4.853 procedimentos clínicos ambulatoriais entre janeiro e abril de 2023, contra 7.554 no mesmo período de 2025. Na comparação entre 2023 e 2024, o crescimento foi de 38,2%. Já entre os quatro primeiros meses de 2024 e o mesmo intervalo de 2025, a alta foi de 12,5%.

As internações por diabetes apresentaram variação menos acentuada. Entre janeiro e abril de 2025, foram registradas 2.734 hospitalizações. No mesmo período de 2024, o total foi de 3.163, e, em 2023, de 2.732. No Grande ABC, o cenário também chama atenção. Em São Bernardo, o número de pacientes diagnosticados com diabetes subiu de 71.071, em 2024, para 72.582 atendidos atualmente pela rede municipal de saúde. Mauá contabiliza cerca de 20 mil pacientes com a doença, e Rio Grande da Serra, 1.356. As demais cidades da região não divulgaram seus dados.

O diagnóstico e tratamento da doença é de extrema importância, pois ela pode causar sérios riscos, como a perda de visão e a amputação de membros. Foi o caso do andreense Sunie de Andrade, 45 anos, que há três perdeu a visão e metade do pé direito em decorrência de complicações da diabetes. Desde então, ele segue afastado do mercado de trabalho devido a sua condição. “Descobri que tinha a doença aos 26 anos. Comecei com visão turva. Depois, tive ferimento no pé (direito) em 2016, que infeccionou e gerou amputação. Foi quando passei a me cuidar mais, porque eu não tomava remédios nem fazia dieta. Mas continuei tendo complicações. Tive problemas de visão, de forma súbita, e sentia muita dor nos olhos. Perdi 100% da visão”, conta. 

CUIDADOS

Uma alimentação adequada é uma das principais formas de evitar a piora do quadro de diabetes. Tanto que a doença vem crescendo juntamente com o aumento da obesidade. Em 2006, em todo Estado, 11,2% da população era obesa e, em 2023, este número havia saltado para 24,3%. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 10,5% da população brasileira possui diabetes e a obesidade é o fator maior de risco. 

“ Não seguir uma dieta equilibrada, além da falta de atividade física, pode gerar níveis de glicose descompensados, que, ao longo do tempo, podem causar complicações no organismo”, alerta a nutricionista Laura Sobral. “A diabetes é uma doença silenciosa, ou seja, essa progressão acontece sem nenhum sintoma ou dor, aumentando o risco quando a doença é negligenciada e os cuidados medicamentosos e alimentares não são realizados”, acrescenta.

Os principais tipos de diabetes são o tipo 1 e tipo 2, conforme explica o médico nutrólogo e presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), Durval Ribas Filho. O diabetes tipo 1 tem sintomas como sede excessiva, urina frequente, perda rápida de peso e cansaço extremo. Seu risco está relacionado a infecções graves que podem evoluir rapidamente. Já na diabetes tipo 2, muitas vezes, o sintoma é silencioso no início e pode incluir visão turva, fadiga e infecções frequentes.

O tratamento é medicamentoso e baseado em mudanças no estilo de vida. De acordo com o médico, entre os riscos relacionados ao diabetes tipo 2 estão a perda de visão e de membros. “A retinopatia diabética pode causar sangramentos, descolamento de retina e cegueira irreversível. Feridas nos pés que não cicatrizam bem podem infeccionar, podendo ser necessária a amputação do pé ou perna”, ressalta. 

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