O fato de o presidente do diretório do PSDB de Santo André, Ricardo Torres, não morar na cidade alardeou a cúpula estadual do tucanato. Segundo o comandante da executiva de São Paulo, Pedro Tobias, caso seja confirmado que o dirigente local resida na Capital, ele não deve ser o candidato a vice na chapa de reeleição do prefeito Aidan Ravin (PTB) para evitar entraves na Justiça Eleitoral. "Se verdadeiro que ele não vive no município, não pode concorrer. Mas até agora não fui procurado."

Em contrapartida, Tobias garantiu que sem a composição na dobrada não há apoio à candidatura governista, ameaçando retomar o projeto de lançar voo solo em Santo André. Segundo ele, o tucanato já encaminhou recado oficial ao prefeito sobre a exigência de indicar o companheiro de Aidan na chapa majoritária. "Sem o vice não tem papo. Nós sacrificamos candidato com viabilidade (o vereador Paulinho Serra-PSDB). Foi massacrado por esse objetivo. É o mínimo termos o vice."

Ao lado do articulador político e secretário adjunto de Planejamento, José Antonio Acemel, o Espanhol, Aidan passou o dia em São Paulo para resolver o impasse político. O prefeito tenta acertar o problema junto ao Palácio dos Bandeirantes para entrar na corrida eleitoral sem correr qualquer risco de impugnação de sua candidatura. Ele, inclusive, fez consulta ao departamento jurídico do Paço para obter garantia sobre a proposta.

Após a reunião anteontem entre Aidan e a atual detentora do posto, Dinah Zekcer (PTB), houve pacto de silêncio para ninguém divulgar a decisão antes do anúncio oficial e não atrapalhar novas negociações. Em encontro ontem com a comissão provisória petebista, entretanto sem avanço, Dinah mostrou apreensão com o imbróglio. "Não tem plano B. Tudo se deu de última hora, imprevisto (reportagem do Diário atestando a residência do potencial vice na Capital). Há esse problema, mas queremos a solução com o prefeito e hoje (ontem) ele ficou fazendo contato em São Paulo."

Torres reside no Itaim Bibi, o que complica o registro da chapa governista, caso sofra ação. O dirigente tucano justificou que o imóvel na Capital é somente funcional, que eventualmente o utiliza e mora nos fundos da casa dos pais, em Santo André. Integrante do grupo político de Torres, o vereador Marcos Cortez (PSDB) sustentou que o candidato da ala continua o mesmo, pois na balança dos prós e contras, o ponto não é de revés. "Temos a certeza de que não haverá entrave na Justiça. A situação (reportagem) é até boa para que ele apareça na mídia. O resto a gente encara numa boa. A torre se mantém em pé."

Diante das circunstâncias, o nome de Dinah ressurgiu das cinzas e voltou a ficar fortalecido. Se não pela manutenção da chapa pura, para dar o poder a vice sobre a indicação do novo pleiteante. A exigência tucana coloca novamente na briga a ex-secretária de Educação da Prefeitura Cleide Bochixio (PSDB), pessoa ligada a Dinah, que não deu até agora qualquer sinal de que abrirá mão de disputar o pleito.