O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, defendeu essa intenção pronunciando-se por um "compromisso estimável" para compensar a escravidão, durante seu discurso de abertura oficial da reunião das ONGs, que reúne sete mil delegados até o dia primeiro de setembro, precede a Cúpula Mundial contra o Racismo da ONU.
Mbeki pediu também o "reconhecimento completo do fato de que a escravidão, o colonialismo e o racismo representam práticas e capítulos da história da humanidade que somente podem ser condenados, sem ambigüidade, como injustos".
O projeto de resolução final das ONGs pede que os Estados reconheçam que "o comércio transatlântico de escravos, a escravidão e o colonialismo no continente africano" são crimes contra a humanidade, e que aceitem o princípio do ressarcimento.
A questão da escravidão foi uma das mais controvertidas durante a preparação da conferência da ONU, já que os países ocidentais não querem pagar "indenizações", e queriam limitar-se a lamentar a escravidão e se comprometer para ajudar a África.
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, incentivou os representantes das ONGs a "darem espaço" aos que não vão conseguir fazer ouvir suas vozes durante a reunião da ONU. "Aqui se deve dar espaço aos ciganos, ao povo palestino, aos descendentes de africano, e aos intocáveis", disse Robinson.
Entre os delegados, ouvia-se com freqüência lemas em favor dos palestinos, sinal que a questão do sionismo terá lugar privilegiado na agenda das ONGs, como previsivelmente acontecerá também na conferência da ONU.
O projeto de resolução final das ONGs prevê apoiar o povo palestino, que sofre "uma ocupação militar colonialista e discriminatória" e descreve Israel como um "estado de apartheid, racista e fascista".
Em sua chegada a Durban, na segunda-feira, a Alta Comissária disse que a expressão "sionismo igual a racismo" não será utilizada na conferência.
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