O diretor do IML de Campinas, Ivan de Mello Pompeo Piza, diz que a trajetória da bala dentro do corpo do investigador é o principal indício de que Lopes pode ter sido assassinado. De acordo com o legista, que participou da necrópsia com peritos do IML de Sao Paulo, o tiro foi dado de frente para trás, de cima para baixo, e da direita para a esquerda. O disparou atravessou o pulmao esquerdo, provocando morte por hemorragia.
De acordo com Piza, a bala entrou na "regiao mamária esquerda no segundo arco costal" e saiu na "regiao infra-escapular esquerda". O diretor do IML de Campinas disse que a trajetória do projétil determina uma "inclinaçao acentuada". Segundo ele, a inclinaçao e a direçao da bala sao incompatíveis com a posiçao da mao de quem desejasse se matar com um tiro no peito.
"Acho precipitado afirmar que foi homicídio" disse o diretor do Núcleo Clínico do IML de Sao Paulo, Paulo Vasques. Ele nao concorda inteiramente com a interpretaçao de Piza. Segundo Vasques, a trajetória do projétil constatada no corpo do investigador é compatível com a posiçao de alguém que pretendesse atirar contra o próprio peito.
"A inclinaçao do tiro pode variar conforme a posiçao do corpo", explica. Segundo Vasques, o laudo final levará em conta outros fatores, além da trajetória da bala. Um deles, é o exame residuográfico, capaz de revelar resíduos de pólvora na mao do investigador. Se esse exame der positivo, será um elemento a mais para confirmar a versao de suicídio. A perícia também verifica a existência da chamada "zona de esfumaceamento", que determina a distância da arma no momento do disparo.
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