Segundo a ONU, um quarto das crianças de países em desenvolvimento - cerca de 30 milhoes por ano - sofrem de retardo no crescimento ainda antes de nascer, por serem geradas em maes desnutridas.

Uma subnutriçao precoce, seguida por um aumento de peso, pode conduzir a uma virulenta forma de obesidade que leva a casos de diabetes, cardiopatias e câncer. É o que afirma o informe do grupo independente Comissao sobre os Desafios da Nutriçao do século XXI.

"Temos falado em reconhecer a extraordinária relaçao entre as crianças com deficiência de peso e as doenças que aparecem no curso de sua vida", explicou o presidente da comissao, professor Philip James.

Segundo ele, a desnutriçao está programando uma geraçao inteira e fazendo-a regredir. "Mas ela pode ser erradicada", afirmou.

A comissao, que tem por objetivo acabar com a desnutriçao até 2020, traçou uma estratégia para estabelecer forças de operaçao regionais e conselhos nacionais de nutriçao estreitamente ligados à ONU. O grupo tem ainda o objetivo de melhorar a coordenaçao entre seus órgaos.

Philip afirma que cada país necessita de uma estratégia própria. Ele usou como exemplo a Costa Rica, onde um programa de nutriçao dirigido às crianças na idade pré-escolar e mulheres grávidas ou amamentando foi desenvolvido. Com o projeto, a proporçao de crianças desnutridas passou de 45%, em 1978, a menos de 5% segunda-feira.

Atualmente, 243 milhoes de pessoas estao gravemente desnutridas. A comissao afirma que se sentiu "verdadeiramente escandalizada" ao saber que, somente na India, 80% das mulheres grávidas tem anemia. O informe mostra ainda que a zona mais afetada do mundo pela desnutriçao é a Asia. Em seguida vem a regiao africana subsaariana, o Oriente Médio e norte da Africa, América Latina e o Caribe.

Segundo Philips, 30 milhoes de crianças nascem anualmente com peso inferior ao mínimo recomendado - 2,5 quilogramas. Em todo mundo, duzentos milhoes de crianças sao retardadas ou afetadas de alguma maneira pela má nutriçao.