Proposta foi apresentada durante a visita do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao sindicato, em São Bernardo
A criação de um conselho consultivo, que reúna trabalhadores, empresários e instituições de ensino superior para dialogar com o Banco Central sobre os rumos da economia brasileira foi o principal tema tratado na visita do presidente da instituição financeira, Gabriel Galípolo, ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, ontem à tarde. O impacto da alta dos juros na criação e manutenção dos empregos também pontuaram a reunião.
“Em 60 anos, é a primeira vez que um presidente do Banco Central visita um sindicato. Como sabemos que uma das atribuições do Banco Central é a questão do emprego, propusemos a criação de um conselho, formado por trabalhadores, empresários e representantes da academia. Um conselho consultivo, não deliberativo”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Moisés Selerges.
O dirigente esteve em Brasília no dia 28 de maio, quando entregou a Galípolo a pauta da classe trabalhadora, resultado da manifestação contra a taxa de juros. Em março, 5.000 trabalhadores ligados a 20 entidades sindicais realizaram passeata em São Bernardo e elaboraram um documento – destinado também aos presidente da Câmara e do Senado – no qual questionavam a taxa de juros, pediam o fim da jornada 6x1 e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, entre outros temas.<EM>
“Os trabalhadores apresentaram a pauta que, para nós, é fundamental: a redução da taxa de juros. Ela dificulta investimentos e está em um patamar insuportável. Sabemos qual é a missão do Banco Central e, acima de tudo, propusemos que ações como a de hoje (ontem) ocorram com mais frequência, para que o Banco Central dialogue com a sociedade civil”, declarou Selerges.
Galípolo destacou que poder ouvir os sindicatos, trocar ideias e dialogar foi uma agenda muito importante para todos os envolvidos. “O Banco Central está cada vez mais aberto ao diálogo com a sociedade civil, e hoje foi um dia de grande aprendizado para todos”, concluiu a autoridade financeira.
A taxa básica de juros (Selic) está em 14,75% ao ano, a maior desde julho de 2006 (15,25%). Nos dias 17 e 18 de junho os integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central vão se reunir para definição do percentual e, pelas declarações de Galípolo, deve ser mantido no mesmo patamar.
PREFEITOS
Além dos metalúrgicos, representantes de outros sindicatos da região e os prefeitos de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), e de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), participaram da reunião de ontem.
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