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Financiamento é adiado de novo em S.Bernardo
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
23/12/2010 | 09:21
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Mais uma vez os vereadores de centro e da oposição de São Bernardo optaram por adiar a votação do projeto de lei que autoriza a Prefeitura a financiar R$ 323,4 milhões junto à Caixa Econômica Federal, com o mesmo argumento de que falta entendimento técnico. A verba seria utilizada como contrapartida em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Somados, a cidade teria investimentos beirando os R$ 800 milhões.

Segundo o vereador Admir Ferro (PSDB), o parecer técnico esclarecedor das dúvidas foi enviado pelo Executivo na manhã de ontem à Câmara. O documento ainda não foi analisado. "Não teve prazo para analisar", afirmou. O principal questionamento dos oposicionistas é em relação à capacidade de investimento da administração. Para o tucano, o empréstimo prejudica governos futuros e pode comprometer o custeio do funcionalismo.

O projeto de lei tramita no Legislativo desde o dia 8 e completará 19 dias de adiamento dia 27, quando será analisado novamente em plenário. O prazo para o governo aprovar o empréstimo é até o dia 30.

Durante a sessão extraordinária de ontem, o presidente da Câmara, Otávio Manente (PPS), e o eleito para o biênio 2011-2012, Hirouyki Minami (PSDB), conversaram com o prefeito Luiz Marinho (PT) em seu gabinete, no Paço. "Eles estão esticando a votação para pressionar o governo e negociar com o prefeito, mas o que eles querem nós não sabemos. Do ponto de vista técnico formal, o projeto está pronto. Se eles quisessem informações sobre o projeto estariam aqui na Câmara com os assessores e não indo no gabinete do prefeito conversar", declarou o vereador Wagner Lino (PT).

O petista ainda considerou remota a possibilidade do bloco dos 13 vereadores rejeitar o projeto. "Eles não estariam dizendo não ao prefeito, mas sim à população do bairro Rudge Ramos, que precisa deste dinheiro para resolver problemas de enchentes, e para população carente incluída em programas de moradia", disse.

"A Prefeitura vai dar de garantia tudo o que tem. Se atrasar o pagamento deste empréstimo a Caixa vai direto no tesouro municipal e sequestra o que tiver lá", explicou Ferro.

O tucano ainda fez criticas ao funcionamento do PAC. "O programa dá o recurso para as cidades que precisam. E, se precisam, é porque não têm dinheiro para pagar contrapartida. Quer dizer, se você é meu amigo eu te empresto, por que a Caixa é do governo federal, e você recebe recurso do PAC. Agora, se você não é do meu grupo você fica sem. Não faz sentido", reclamou.

Com a nova lógica do Legislativo, PT e DEM (oito vereadores) estão na base governista e PSB, PMDB, PSDB (13 votos) compõem o novo grupo de centro/oposição da Casa.




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