Política Titulo Charge-31 de maio
Hora de rever gastos
Da Redação
31/05/2025 | 10:10
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Ilustração: Gilmar

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O desempenho da economia brasileira, com crescimento de 1,4% no primeiro trimestre e alta de 3,5% no acumulado de 12 meses, vai bem. A força do agronegócio, aliado à estabilidade dos serviços, confirma que há dinamismo suficiente para sustentar resultados positivos. No entanto, essa trajetória não pode ser mantida indefinidamente sem um esforço institucional para enfrentar gargalos estruturais, especialmente no campo fiscal. O avanço do PIB (Produto Interno Bruto), por si só, não resolve entraves que limitam competitividade e produtividade do País. Para que o crescimento se sedimente, é necessário que os gestores públicos federais enfrentem com seriedade a discussão sobre o controle das despesas estatais.

A persistência em ampliar receitas por meio de majorações tributárias, como o recente aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), revela escolha política que impõe obstáculos ao setor produtivo. Em vez de corrigir distorções no uso do orçamento, prefere-se sobrecarregar empresas e cidadãos. A arrecadação, ainda que relevante, não pode ser tratada como solução automática para todos os desafios da máquina pública. Quando o governo opta por subir impostos, transfere ao contribuinte o custo da própria ineficiência administrativa. Tal postura reduz a margem para investimentos privados e mina a confiança dos agentes econômicos, que observam com ceticismo a falta de compromisso com reformas estruturais.

É hora de o governo federal rever prioridades. O crescimento do PIB oferece uma oportunidade para consolidar avanços, mas isso exige responsabilidade. Um programa amplo de corte de gastos, especialmente os improdutivos, é o caminho mais consistente para dar sustentabilidade às conquistas econômicas. O debate sobre as contas públicas deve sair da retórica e avançar para decisões práticas. Ao invés de recorrer sempre à elevação de tributos, o Brasil precisa racionalizar despesas, avaliar políticas com base em resultados e conter desperdícios. Só assim será possível transformar ciclos positivos em uma trajetória sólida e duradoura, que beneficie toda a sociedade sem penalizar sua capacidade de empreender e produzir. Não se pode esperar mais.




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