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CPI: advogado abandona defesa de colega
Do Diário do Grande ABC
08/12/1999 | 16:16
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O advogado Salvador Scarpelli decidiu abandonar a defesa do também advogado Arthur Eugênio Mathias, apontado pela Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico na Câmara dos Deputados como o "braço jurídico" do crime organizado na regiao de Campinas, interior de Sao Paulo. Scarpelli comunicou a decisao a Mathias nesta terça no 35.º Batalhao da Polícia Militar (BPM), onde o acusado está preso desde o dia 30. Considerado um dos mais respeitados advogados criminalistas de Campinas, Scarpelli alegou "motivos de foro íntimo" para desistir da causa.

Mathias é acusado de chefiar uma quadrilha especializada em roubo de cargas que agia no interior de Sao Paulo. Scarpelli nao soube informar quem assumirá a defesa de Mathias. O nome mais provável, porém, é o do advogado paulistano Laertes de Macedo Torrens. Ele é um dos autores do pedido de habeas-corpus acatado pelo Tribunal de Justiça (TJ) de Sao Paulo em novembro, quando Mathias teve prisao provisória decretadadurante dos trabalhos da CPI em Campinas.

O delegado Ricardo de Lima, que também foi preso durante a CPI na cidade, sofreu uma nova derrota na tentativa de conseguir deixar a cadeia. A Procuradoria do Ministério Público (MP) do Estado de Sao Paulo deu parecer contrário ao pedido de habeas-corpus apresentado pelos advogados dele. Na semana passada, o desembargador Djalma Lofrano havia negado pedido de liminar para concessao do benefício ao policial.

O delegado é acusado de envolvimento no desaparecimento de 340 quilos de cocaína que estavam guardados no Instituto Médico-Legal (IML) de Campinas. As principais denúncias contra o policial partiram do ladrao de cargas Gilmar Leite Siqueira. "Tentamos mostrar ao desembargador que meu cliente foi preso com base na palavra de um criminoso condenado a 20 anos", disse o advogado Miguel Orlando Vulcano.

O advogado argumenta ainda que Lima nao pode ser acusado de participaçao no desaparecimento da cocaína. "O delegado entregou a cocaína no IML mas nao competia a ele a guarda da droga." O policial está detido numa sala da Delegacia Seccional da Polícia Civil em Campinas.




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