Ontem o advogado e memorialista Gerson Gomes da Silva ocupou “Memória” escrevendo o que chamou de preâmbulo da sua história. Hoje, com a ajuda de Norival, seu irmão, Dr. Gerson dá sequência a um relato que esclarece muitos pontos da formação da Comunidade Tamarutaca, em Santo André, uma das maiores favelas do Grande ABC
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“Vamos ouvir as particularidades do local. Estamos resgatando e registrando esses saberes, que se tornarão uma herança para as novas gerações”.
Josenilda Maria da Silva, presidente do MDDF, na apresentação da revista “Tamarutaca, memória e história de sua gente”, lançada em 13 de dezembro de 2024, no SESC Santo André.
Nasce Tamarutaca
Texto: Gerson Gomes da Silva – Parte 2
Nosso pai, José Gomes da Silva, era muito amigo do ‘seo’ Guilherme (Guilherme Ferrari, primeiro morador da futura Tamarutaca).
‘Seo’ Guilherme autorizou nosso pai a produzir verduras, fora da sua área, do lado direito da porteira de acesso ao Sítio da Casa Grande. Isso em 1961, aproximadamente.
José Gomes da Silva carpiu a área a ele destinada, preparou canteiros e as ferramentas para tal ele as escondia na mata próxima.
Preparada a terra, veio a necessidade de produzir água para o plantio. Também com autorização do ‘seo’ Guilherme, o pai furou um poço que abastecia a contento o regar da sua plantação.
Aí aumentaram as ferramentas. Eram enxadas, enxadões, corda, balde, regador. Ergueu um pequeno coberto de sapé e ali ficou um tempo cultivando.
Esse seu comportamento atraiu uma pessoa que não me lembro do nome, mas que morava nos altos da Rua Catequese e que ocupou um espaço contíguo ao seu para também produzir hortaliças.
Ao depois, o Sr. Pedrinho, que morava no prédio 33, se não me engano no apartamento 13, ocupou também um pedaço de terra como mesmo propósito de plantio.
A água do poço era utilizada pelos três, e as verduras eram comercializadas nos prédios e casas do IAPI.
Aí, em meio à mata, começaram surgir barracos, aos poucos tomados por famílias. Foi formada uma comunidade solidária entre eles. Eram os primórdios para o nascimento da Favela Tamarutaca.
NOTA DA MEMÓRIA – Informa, o Dr. Gerson, que a casa da foto, onde residiu a família Ferrari, ainda existe. Um alô ao Conselho de Defesa do Patrimônio histórico-cultural de Santo André.
AMANHÃ EM MEMÓRIA
O Córrego Beraldo
Uma nascente no Sítio Tangará
Uma lagoa na Rua das Figueiras
O Campo da Congregação Mariana
O campo da Vila Alice
O campo do GDR Vila Guiomar
Crédito da foto 1 – Previdência Social; pesquisa: Cíntia Pessolato
PRIMÓRDIOS. Do acervo do IAPI, o campo e a casa do ‘seo’ Guilherme em 1939: a casa ainda existe, quase imperceptível, como o Dr. Gerson contará amanhã
DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO
Domingo, 25 de maio de 1975 – Edição 2756
SAÚDE – Noventa por cento das farmácias do Grande ABC não tinham farmacêuticos, declarava Judith Gaiarsa, presidente da Associação dos Farmacêuticos da região.
Dona Judith esclarecia: não havia como repor os profissionais que se aposentavam. Faltavam escolas.
COMPORTAMENTO – Nos últimos dez anos (1965 a 1975) cresceu o número de casamentos: 167,25% em São Bernardo, 70,27% em Santo André e 45,38% em São Caetano.
RELIGIOSIDADE – reverendo Omar Daibert era o novo pastor da Igreja Metodista de São Bernardo. Veio de Belo Horizonte (MG) para substituir o reverendo Sauh Whitehead.
IMPRENSA – Em almoço no Tênis Clube de Santo André, que reuniu mais de 500 funcionários, o Diário do Grande ABC festejou a passagem dos seus 17 anos, sete dos quais como jornal diário.
Participaram do almoço o arquiteto Jorge Olavo dos Santos Bomfim, engenheiro Antonio Walter Araújo e o empreiteiro Alfredo Fontanella, responsáveis pela concepção e execução do novo prédio do jornal, à Rua Catequese, 562.
EM 26 DE MAIO DE...
1905 – São Paulo organizava a primeira exposição de animais do Estado, a ser aberta em junho (de 1905). Seriam expostos touros, vacas, bois, cavalos, éguas, novilhos, nacionais e estrangeiros, além de ferramentas e produtos agrícolas. Local: Posto Zootécnico Central, na Capital.
1955 – O maior cruzeiro de 1956 ao redor do mundo no superluxuoso transatlântico Caronia, de 24 mil toneladas: 21 portos em 16 países, numa viagem de 95 dias. Saída do Rio de Janeiro em 3 de fevereiro de 1956. Organizado pela Wagons-Lits//Coon.
2024 – Há um ano repercutia o encontro dos memorialistas realizado no Salão Nobre do Diário do Grande ABC. Propunha, o historiador Renato Dotta, que Mauá lembrasse dos seus líderes autonomistas.
MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Dezenove cidades aniversariam em 26 de maio, 11 das quais no Estado de Tocantins: Aguiarnópolis, Bandeirantes do Tocantins, Chapada de Areia, Crixás do Tocantins, Luzinópolis, Oliveira de Fátima, Pugmi, Santa Rita do Tocantins, Santa Terezinha do Tocantins, Talismã e Tupirama.
E mais: Barreiras (BA), Brejo da Madre de Deus e Buíque (PE), Cacaulândia (RO), Itabaiana (PB), Maricá (RJ), Santa Helena (PR) e Urussanga (SC).
HOJE
Dia do Revendedor Lotérico
Dia Nacional do Combate ao Glaucoma.
São Filipe Néri
26 de maio
O Apóstolo de Roma (1515-1595). E o Santo da Alegria devido à sua famosa frase: “Longe de mim o pecado e a tristeza”.
Fonte: jornal O Lábaro (abril e maio de 2015)
Ilustração: Diocese de Taubaté, SP (divulgação)
Arte: Paulo César Nunes
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