A falta de apoio governamental às minorias, a crise ética no Congresso Nacional e a corrupção em setores da Justiça são os principais pontos da crítica feita pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em sua declaração sobre o momento político nacional.
O documento condena uma possível legalização do aborto no país e o uso científico de embriões humanos. “É preciso defender a vida desde a aurora da concepção até o seu natural ocaso”, diz o texto. “Voltamos a condenar todas as tentativas de legalização do aborto e de manipulações de embriões humanos para fins terapêuticos”.
A declaração foi redigida na quarta-feira, ao final da 45ª Assembléia Geral da CNBB, que começou em 1º de maio, na cidade paulista de Itaici. Para a entidade, a desvalorização da dignidade humana e a falta de critérios evangélicos e éticos estão na raiz da banalização da vida, levando à violência crescente no país.
A CNBB também declara preocupação com a “crise de respaldo ético” no Congresso Nacional, e diz estar preocupada com “a existência de fortes indícios de corrupção em setores da Justiça”.
De acordo com o documento, o Brasil tem necessidades urgentes de avançar no caminho do desenvolvimento com inclusão e justiça social, “para assegurar condições de vida digna”.
Nesse sentido, a CNBB assinala que merecem atenção especial os grupos sociais vítimas de discriminação, citando como exemplo os povos indígenas, os afrodescendentes, os idosos, os encarcerados, entre outros.
A entidade defende o fortalecimento da democracia, com exigências éticas nos campos político, econômico e social, por meio de reformas no Executivo, no Legislativo e no Judiciário.
“Estimulamos o empenho dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade na defesa incondicional e promoção da vida”, finaliza a declaração.
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