A alta expressiva no atendimento na saúde em São Caetano de pessoas de fora do município fez com que o líder de governo, César Oliva (PSD), subisse o tom contra Bruna Biondi (Psol), que vem criticando sistematicamente o setor. Isso porque a parlamentar provocou o MP-SP (Ministério Público) sobre a inconstitucionalidade da exigência do Cartão São Caetano (exclusivo para moradores) no serviço de saúde da cidade, o que resultou, por ordem de decisão judicial, na revogação da obrigatoriedade em dezembro de 2024. 

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A vereadora, que comemorou a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que pôs fim à obrigatoriedade, defende que a exigência do cartão para atendimento da saúde era ‘uma lógica elitista e higienista’. César Oliva contesta a psolista, afirmando que o SUS (Sistema Único de Saúde) é universal, mas também regionalizado. Ainda critica Bruna por propagar que a Saúde está um caos, mas ter ajudado a prejudicar o atendimento dos moradores da cidade. 

“O que a senhora ajudou a fazer é que agora os pronto-socorros Márcia Braido e Albert Sabin atendem Mauá, Diadema, Guarulhos, Capital, Interior e Litoral. Sabemos de sua alegria no dia 6 de dezembro (quando foi revogada a obrigatoriedade). Sabe o que a senhora provocou, por exemplo, em junho teremos a inauguração do Complexo PCD (Complexo de Atenção Integral à Pessoa com Deficiência). O que a vereadora provocou é que o complexo que está sendo construído para atender o munícipe de São Caetano, vai ter de atender todos de fora. Vá estudar a regionalidade do SUS. Me ameace de processo quanto quiser”, afirmou o pessedista a Bruna. 

Nessa segunda-feira (12), César Oliva esteve no Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin e disse ter constatado que dos atendimentos prestados no local, em média, mais de 50% dos pacientes não são de São Caetano. “Para quem não sabe, fazíamos esse atendimento exclusivo de munícipes. Porém, por conta de uma decisão judicial e provocações feitas ao Ministério Público, São Caetano tem de atender não só na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mas também aqui no pronto-socorro, pessoas que não são moradoras daqui”, disse o vereador, em referência às ações de Bruna. 

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O pessedista afirmou ainda que se todos os municípios fizessem a lição de casa, São Caetano não teria o alto número de atendimentos de pessoas que enfrentam quilômetros para ser atendidas na cidade, mas que mesmo assim o tempo de atendimento está dentro do esperado. “Por conta do aumento da demanda, está sendo revisto todo o fluxo do PS, para diminuir o tempo de espera”, pontuou. 

Questionada sobre a demora de até quatro horas para atendimento no PS, a Prefeitura confirmou o crescimento da demanda de pacientes de fora do município. “O aumento do tempo de espera no atendimento no Albert Sabin e na UPA Engenheiro Julio Marcucci Sobrinho se deve à decisão judicial determinando que moradores de São Caetano e de municípios vizinhos sejam atendidos de forma igualitária em ambos os equipamentos, o que é comprovado pelo relatório de produção assistencial de urgência e emergência da Secretaria de Saúde. Há, também, interferência sazonal por conta de doenças respiratórias e inflamatórias, que aumentam nesta época do ano. Mesmo assim, pacientes que dão entrada nos equipamentos sem urgência são atendidos em, no máximo, 2h30.” 

(Colaborou Ana Carolina Freitas)