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EUA julgam atentado a sua embaixada na África
Das Agências
03/01/2001 | 16:58
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Os Estados Unidos procuram provar, no julgamento que começou nesta quarta-feira em Nova York, que o milionário saudita Usama Ben Laden e seu grupo Al Qeda organizaram os atentados praticados em 1998 contra duas embaixadas americanas na Africa, que deixaram 224 mortos.

Ben Laden nao estava nesta quarta-feira no banco dos réus no tribunal federal de Manhattan onde começaram a ser julgados quatro de seus cúmplices presumíveis, e onde outro deles, o ex-militar americano, Ali Mohammed, será uma das testemunhas.

Segundo a acusaçao, 22 pessoas foram acusadas por estes atentados, entre elas Laden. Mas, para os Estados Unidos, que ofereceram US$ 5 milhoes por qualquer informaçao sobre seu paradeiro, Usama Ben Ladem é a figura principal neste longo julgamento.

O comando do FBI havia afirmado esperar que o julgamento esclareça os laços intrincados que unem o magnata saudita, de 43 anos, e a sua organizaçao com o terrorismo fundamentalista islâmico.

Ben Laden está no centro das investigaçoes dos Estados Unidos desde que recrutou, e depois liderou, voluntários árabes na guerra santa ('yihad') contra os soviéticos no Afeganistao e enviou seus seguidores a conflitos envolvendo muçulmanos, como na Bósnia e na Chechênia.

Mas, principalmente, desde que Laden (um dos 20 filhos do magnata saudita da construçao civil Muhammad Ben Laden) declarou "guerra santa" aos Estados Unidos, país ao qual disse "odiar" porque mantém os "regimes pró-ocidentais" do Oriente Médio. Laden falou sobre isso em 1998, durante entrevista para a rede de televisao ABC.

O financista saudita, que supostamente vive no Afeganistao sob a proteçao da guerrilha taliba (agora no poder), é apontado também por alguns setores como o principal suspeito do ataque contra o navio da Armada americana US Cole em outubro no Iêmen, no qual morreram 17 marinheiros.

Ali Mohammed, que em outubro admitiu a culpa de conspirar com Ben Laden nos atentados na Africa, declarou ao juiz Leonard Sand, do tribunal de Manhattan, que o objetivo principal de Laden e de seu grupo é atacar alvos ocidentais no Meio Oriente, para obrigar os governos ocidentais a se retirarem da regiao.

Estima-se que a organizaçao Al Qeda, fundada em 1989, possua entre 3 mil e 5 mil voluntários árabes, muitos dos quais lutaram no Afeganistao. Al Qeda é financiada diretamente pelos milhoes fornecidos pelo saudita.

Além disso, segundo declarou na corte Ali Mohamed, o primeiro suspeito a falar publicamente sobre as atividades terroristas de Laden-, o financista saudita se aliou a outros grupos, entre eles o movimento islâmico egípcio, para formar uma espécie de Internacional Islâmica.

Embora seus campos de treinamento estejam supostamente no Afeganistao, Sudao e Iêmen, Al Qeda ("a base') possui células ao que parece em 50 países, entre eles os Estados Unidos.

Por exemplo, os argelinos que foram detidos em dezembro de 1999 por terem supostamente introduzido explosivos nos Estados Unidos procedentes do Canadá sao suspeitos de conspirar com Ben Laden. E "a guerra só começou", ameaçou Ben Laden durante a entrevista à ABC.




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