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Internações por câncer de mama crescem 12% em 2024

Número de atendimentos para este tipo de tumor, que é 10 vezes mais recorrente que outros em mulheres, também aumentou na região

Tatiane Pamboukian
27/04/2025 | 09:15
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FOTO: André Henriques | DGABC


O Grande ABC realizou, no ano passado, 12% mais internações por câncer de mama do que em 2023. O número cresceu de 963 para 1.073 hospitalizações. A quantidade de atendimentos ambulatoriais também aumentou, passando de 24.749 para 26.735. O carcinoma é o mais comum em mulheres e dez vezes mais recorrente que a soma dos outros três tipos de tumores que mais aparecem no público feminino – cólon, colo do útero e de reto. 

De acordo com levantamento feito pela SES (Secretaria de Estado da Saúde) a pedido do Diário, em 2024 foram feitos, nas sete cidades, 967 atendimentos ambulatoriais por câncer do cólon, 691 por colo do útero e 503 por câncer do reto, ânus e canal anal. Depois do câncer de mama, que dispara no ranking, estes são, segundo a SES, os tipos de tumores que mais demandam atendimento na região.

Em 2023, foram registrados 963 atendimentos ambulatoriais por câncer do cólon, 667 por câncer do colo do útero e 503 por câncer do reto, ânus e canal anal em mulheres nos municípios da região. Em relação às internações, em 2024, foram registradas 291 por câncer do cólon, 215 por câncer de colo de útero e 167 por câncer do reto, ânus e canal anal. Em 2023, houve 329 internações por câncer de cólon, 187 por câncer do reto, ânus e canal anal e 185 por câncer de colo de útero.

A médica Pamela Massuia, especialista em cirurgia de câncer em mama, diz que aproximadamente uma em cada oito mulheres será diagnosticada com câncer de mama ao longo da vida. “No Brasil, a estimativa para 2025 é de cerca de 66 mil novos casos. Este é o câncer mais comum entre as mulheres, tanto no Brasil quanto mundialmente”, afirma.

“A taxa de cura do câncer de mama depende do estágio do diagnóstico e de fatores como o tipo de tumor e a resposta ao tratamento. Quando detectado precocemente (nos estágios iniciais), a taxa de cura pode ser superior a 90%. Nos estágios mais avançados, as chances de cura diminuem, mas com os tratamentos modernos (cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapias alvas), muitas mulheres conseguem controlar a doença a longo prazo. A taxa de sobrevivência de cinco anos para todas as mulheres diagnosticadas com câncer de mama gira em torno de 85% a 90%, mas essa taxa pode ser muito maior para os estágios iniciais”, explica a médica.

Foi o que salvou a aposentada Olivia Francisca de Lima, 74 anos, moradora de São Caetano, de ter um tratamento mais severo. “Tive um câncer de mama em 2003. Descobri o câncer assistindo uma novela em que vi uma das personagens fazer um autoexame e resolvi fazer o mesmo nas minhas mamas. Para minha surpresa, senti um caroço na direita. Foi um susto muito grande. Marquei consulta e os exames confirmaram. Passei por uma cirurgia conservadora (quadrantectomia, que retira um quadrante do seio), pois o tumor tinha menos de um centímetro, e o tratamento foi menos doloroso, com radioterapia e hormonioterapia”, conta Olivia, que depois dessa experiência decidiu ajudar outras mulheres a descobrir o câncer de mama precocemente, tornando-se voluntária da ONG Viva Melhor.

TIREOIDE

Apesar de não estar na lista dos quatro tipos de câncer que mais geraram atendimentos e internações em mulheres na região, o câncer de tireoide é mais recorrente no público feminino. O médico oncologista Jefferson Medeiros diz a incidência da doença é cerca de três a quatro vezes maior em mulheres. “Os hormônios femininos, especialmente o estrogênio, podem influenciar o crescimento das células da tireoide, aumentando a predisposição ao desenvolvimento de tumores. Além disso, o câncer de tireoide é mais diagnosticado em mulheres durante períodos de mudanças hormonais, como a gravidez e a menopausa”, aponta. 

Entre os principais sinais estão a presença de um nódulo no pescoço, que pode crescer com o tempo, rouquidão persistente sem causa aparente, dificuldade para engolir ou respirar, dor na região do pescoço que pode irradiar para os ouvidos e aumento dos gânglios linfáticos. Para prevenção e diagnóstico precoce, recomenda-se autoexame do pescoço regularmente e exames de rotina.

A professora de educação infantil andreense Rebeca Berton Machado, 38, tomou um susto quando descobriu o tumor na tireoide, já que perdeu sua mãe, há sete anos, para o câncer. Porém, por descobrir também precocemente em exames de rotina, teve um tratamento menos agressivo. “Faço acompanhamento da tireoide há seis anos. Em 2021, descobri o nódulo, mas que, segundo o médico, era comum. Porém, em 2023, o formato do nódulo mudou, pediram uma pulsão e ele foi diagnosticado como maligno. Em fevereiro deste ano realizei a cirurgia de retirada. Era um carcinoma pequeno e a cirurgiã que fez a retirada disse que foi tirado por completo e que não tinha ramificações”, relata. 




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