Demorou, mas aconteceu. O prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), conquistou a maioria dos vereadores na Câmara. Após negociações por espaços no governo, o emedebista conseguiu atrair o G10, antes grupo de parlamentares independentes, que agora formam o G16, integrantes da base governista entre os 21 integrantes do Legislativo. Assim, a oposição ficou restrita ao PT, que tem em sua bancada um 17º aliado do chefe do Executivo.

As negociações entre o grupo e o Paço avançaram nesta semana e sacramentaram a governabilidade durante a sessão de ontem , quando pela primeira vez Taka passou a ter maioria em plenário, passados 107 dias no comando da Prefeitura. Os vereadores do PT, Josa Queiroz e Patty Ferreira, citaram a reviravolta na tribuna. 

“Queria aqui inicialmente parabenizar o governo pelos 100 dias e talvez a principal ação neste período tenha sido conquistar o coração e a mente do G10. Agora, de fato, vamos ter uma Câmara que funcione. Estou muito feliz, porque agora vamos ter oportunidade de receber projetos da gestão”, ironizou Josa.

Para chegar a um acordo, Taka decidiu ceder espaço aos vereadores do G10. Agora cada parlamentar passa a contar com aproximadamente sete cargos cada dentro do Paço, tendo assim uma representatividade equiparável aos outros seis governistas no Parlamento. O grupo ainda discutirá futuramente uma possível indicação para chefiar uma das 18 secretarias municipais.

Um impulso para Taka tomar a iniciativa e, enfim atrair de vez o G10, foi o incômodo de não conseguir enviar projetos de lei para apreciação dos vereadores, devido ao fato de que contava com apenas seis dos 21 parlamentares na sua base de sustentação. Conforme antecipou o Diário, o emedebista era o único dos sete prefeitos do Grande ABC a completar 100 dias, sem ter sequer um projeto lido, quanto menos votado em plenário.

Uma vez selada a aliança, embarcam para a base governista o presidente do Parlamento, Rodrigo Capel, com os pares Dequinha, ambos do PSD, Lucas Almeida, Laureto do Água Santa e Gilson Moura, do União Brasil, Talabi e Zé do Bloco, PV, Cicinho e Jerry Bolsas, do PSB, e Boquinha (Republicanos). A ala agora se une a Juninho do Chicão e Companheiro Sergio (Progressistas), Fernanda Durães e Cabo Angelo, ambos do MDB, Márcio Júnior (Podemos) e Reinaldo Meira (Solidariedade).

Desse modo, dias mais amenos surgirão para Taka, após uma relação conturbada nestes 100 dias com o G10, que envolveu até acusação da ala por supostos casos de nepotismo dentro da gestão emedebista, que por sua vez, negou.

Entretanto, as antigas alfinetadas agora são águas passadas, pois Rodrigo Capel confirmou que o G10 deu lugar ao G16. “O governo sentou (para conversar) e deu a devida importância que esses vereadores têm para a cidade, que ganharam a eleição assim com o prefeito. Agora é caminhar juntos e resolver os problemas da cidade em conjunto”, disse.

Líder de governo, Juninho do Chicão comemorou a adesão dos dez parlamentares. “Recebo com naturalidade o G10 e agora somos 16. Daqui para frente vamos pautar projetos e cuidar da cidade. Fico muito feliz”, afirmou.

PT SE ISOLA

De volta ao papel de oposição na Câmara de Diadema, o PT agora vai atuar sozinho no enfrentamento a Taka, por meio de quatro vereadores: Josa, Patty, Orlando Vitoriano e Gel Antônio. O curioso na bancada petista é o quinto elemento: Jeferson Leite, eleito pelo partido, mas que veste a camisa de Taka. Os aliados do prefeito o consideram como o 17º governista no Legislativo.