A fábrica pertencia ao vereador Carmo Gonzalez Palheta, de Vigia (PA), que também saiu ferido, com 60% de queimaduras pelo corpo. Morreram na explosao os trabalhadores Luiz Carlos Neves, mais conhecido como "Indio", e Tarcísio Gama da Silva, os dois de 23 anos. O secretário de Agricultura da prefeitura de Vigia, Cley Almeida, também teve metade do corpo queimada na explosao.

O escrivao da delegacia de Sao Caetano de Odivelas, Denilson Porto, informou que a fábrica era clandestina e funcionava em Vigia, a 18 quilômetros do local onde ocorreu a explosao, mas havia sido transferida para o município depois de ter sido fechada após inspeçao do Corpo de Bombeiros. "Foi um estrondo ouvido em toda a cidade", contou Porto. O prefeito de Vigia, Noé Palheta, primo do vereador acidentado, explicou que a proliferaçao de pequenas fábricas de fogos clandestinas na regiao poe em risco a vida de centenas de moradores. "Eu mandei que várias dessas fabriquetas saíssem da área urbana de Vigia para evitar problemas."

Palheta disse que os familiares dele têm sido vítimas de explosoes que aconteceram no município nos últimos anos. Por telefone, um comerciante de Sao Caetano de Odivelas, que preferiu nao se identificar, acusou o prefeito de Vigia de agir com rigor contra fábricas de fogos dos adversários políticos, mas de tolerar o funcionamento daquelas pertencentes aos familiares.

"O pessoal aqui está dizendo que, na hora da explosao em Tujuí, estava havendo uma reuniao política de aliados do prefeito; e, dentro da casa, todo mundo fumava perto dos fogos; só podia dar coisa ruim." Vigia abastece Belém de fogos para o Círio de Nazaré e festas de fim de ano.