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Protestos marcam um ano da guerra no Iraque
Do Diário OnLine
Com Agências
20/03/2004 | 21:22
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Uma onda de protestos em todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos e em seus principais aliados, marca o primeiro aniversário da guerra no Iraque, iniciada em 20 de março de 2003. Londres, Nova Iorque, Roma, Madri, Seul e Sydney foram algumas das grandes cidades que protagonizaram protestos pacifistas neste sábado. Na França, que liderou o bloco mundial contrário à invasão no Iraque, milhares de pessoas saíram às ruas de Paris para protestar contra a guerra e o terrorismo.

Em Londres, dois manifestantes driblaram o forte esquema de segurança do Parlamento inglês e escalaram o Big Ben – o relógio mais famoso do mundo. Pacificamente, os rapazes estenderam uma pequena faixa que cobrava do governo britânico "a verdade" sobre a invasão do Iraque.

A escalada no Big Ben foi seguida por uma grande passeata que se concentrou em Trafalgar Square. Vários manifestantes levavam bandeiras da Palestina e cartazes pedindo a saída do primeiro-ministro Tony Blair – principal aliado do presidente americano, George W.Bush.

Na Austrália, que também teve tropas enviadas pelo governo ao Iraque, as manifestações se espalharam por todo o país. Os oradores pediram a volta dos soldados australianos mandados ao front e criticaram as estreitas relações do governo conservador do primeiro-ministro australiano, John Howard, com os Estados Unidos.

Duas mil pessoas marcharam em Sydney com um boneco de Howard com nariz de Pinóquio. Um cartaz levado junto ao boneco acusava Howard de ser um criminoso de guerra.

A porta-voz de uma das organizações pacifistas australianas presentes na manifestação, Pamela Curr, disse que o apoio do governo australiano à guerra colocou o primeiro-ministro Howard na mesma posição do chefe de governo espanhol, José María Aznar, cujo partido perdeu as eleições legislativas na semana passada, após os sangrentos atentados de 11 de março, em Madri.

"Devemos observar as razões pelas quais o povo vota contra seu governo", disse Curr à rádio BBC. "Primeiro, o governo mentiu às pessoas. Segundo, o governo os levou para uma guerra à qual não queriam ir."

Sindicatos, partidos de esquerda e militantes italianos comandaram neste sábado uma grande manifestação em Roma. Segundo os organizadores, cerca de 1 milhão de pessoas saíram às ruas – de acordo com a polícia, a participação ficou em 250 mil manifestantes.

Em Madri, que há dez dias foi alvo de um violento atentado terrorista, os gritos contra a ocupação do Iraque se somaram a apelos emocionados pela paz. Os manifestantes, concentrados perto da praça central de Cibeles, pediam que as tropas espanholas mobilizadas no Iraque desde agosto passado voltem para casa, com ou sem a intervenção das Nações Unidas no país a curto prazo.

Em Barcelona, no nordeste do país, milhares de pessoas se reuniram na praça Catalunha. A manifestação contou com a participação de representantes de diferentes partidos políticos, entidades sindicais e sociais. Em toda a Espanha, estima-se que 11,6 milhões de pessoas participaram de manifestações contra a guerra e o terrorismo.

Em Nova York, a maior cidade dos Estados Unidos, 30 mil manifestantes tomaram as ruas de Manhattan neste sábado à tarde. Grupos pacifistas tinham a intenção de promover protestos pela paz ainda maiores que as históricas passeatas contra a guerra do Vietnã, nos anos 60 e 70, mas a participação foi muito menor — só no protesto contra a guerra realizado em 2003, cerca de 300 mil foram às ruas da cidade.

Nos Estados Unidos como um todo, cerca de 250 passeatas pela paz foram agendadas para este sábado.

Na Coréia do Sul, país que engrossou o leque de aliados dos EUA, os manifestantes tomaram as ruas de Seul para protestar contra o envio de 3.600 soldados do país para o Iraque. O efetivo vai transformar a Coréia do Sul no terceiro país com mais tropas no Iraque, atrás apenas de EUA e Inglaterra.

Na França, principal pólo de resistência à guerra em todo o mundo, milhares de manifestantes pacifistas saíram às ruas centrais de Paris, Rennes, Marselha e Angers. Na capital, cerca de 10 mil pessoas entoaram palavras de ordem contra George W. Bush, Tony Blair e o chefe do governo espanhol, José María Aznar - principais defensores da guerra no Iraque.

O começo da guerra no Iraque foi lembrado também no Brasil. Centenas de manifestantes protestaram em favor da paz nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro nesta tarde.




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