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Violência deixou 2 milhões de mortos em 20 anos no Brasil
13/04/2004 | 23:47
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O crescimento da violência urbana nas principais metrópoles brasileiras é tão assustador que já afetou até a expectativa de vida de seus habitantes. No Estado do Rio, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calcula que mortes por causas externas, principalmente homicídios, reduziram em quatro anos e um mês a esperança de vida dos homens ao nascer. No país, a perda é de dois anos e, entre paulistas, de três. Entre 1980 e 2000, ocorreram 2 milhões de mortes por causas externas no Brasil, das quais 598,4 mil foram homicídios.

No mesmo período, a taxa de mortalidade por homicídios no Brasil, para ambos os sexos, cresceu 130%, passando de 11,7 para 27 por 100 mil habitantes. As mortes por causas externas incluem acidentes de trânsito, suicídios e outras não naturais. No Rio, por exemplo, a expectativa de vida é de 62,2 anos, mas poderia chegar a 66,2, não fossem as mortes violentas, conforme estudo do pesquisador Celso Simões, do IBGE.

 O aumento da violência, segundo o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, é conseqüência de uma conjugação de fatores econômicos, geográficos e sociais. Nos anos 1990, disse, os homicídios se tornaram a principal causa externa de mortes masculinas. Lugar que, na década anterior, era dos acidentes de trânsito.

Jovem – Apesar de disseminada por todas as regiões e classes sociais e etárias, a violência tem um alvo preferencial: o homem de 15 a 24 anos. Só em 2000, 12.233 foram vítimas de homicídio por arma de fogo. Na década passada, as taxas nesta categoria e dentro do grupo cresceram 95%.

O pesquisador Celso Simões também acrescentou que, em 2000, na faixa de 15 a 24 anos, o número de homicídios representou mais de 50% dos óbitos masculinos por causas externas. Nesta faixa etária, em 2000, as maiores taxas de mortalidade por homicídio com arma de fogo foram no Rio (182 por 100 mil habitantes), Pernambuco (180), Espírito Santo (122) e São Paulo (115).

Rio – Apesar de o secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, insistir que a sensação de insegurança é fabricada, superestimada em relação aos índices, os dados do IBGE demonstram o contrário. O Estado, por exemplo, tem a segunda maior proporção de homicídios por armas de fogo entre homens de 15 a 24 anos: 88,6%. A maior é de Pernambuco, 90,7%.

Segundo o presidente do IBGE, o fato de 75% da população urbana do Rio estar na região metropolitana ajuda a explicar, em parte, os altos índices. “Embora São Paulo tenha uma maior densidade populacional, apenas 50% da população urbana reside da região metropolitana.”

A publicação, divulgada nesta terça pelo órgão e feita com base na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2002, Censo 2000 e outras fontes oficiais, traz informações relevantes sobre 12 áreas da vida brasileira.




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