As causas que provocaram a queda do avião russo Tupolev 154 no Leste da Sibéria nesta terça-feira ainda não foram descobertas. Há suspeitas de que três turbinas teriam falhado, de que o avião teria explodido no ar e que falta de combustível teria causado a queda da aeronave. Mas as verdadeiras causas do acidente que deixou 145 mortos só serão descobertas depois da análise das caixas pretas do avião.

As duas caixas pretas do avião, onde ficam registrados todo o histórico do vôo, inclusive as conversas entre piloto e torre de controle, foram encontradas na madrugada desta quarta-feira. Uma investigação minuciosa em seus conteúdos servirá para esclarecer as dúvidas com relação ao acidente.

O avião da companhia Vladivostokavia partiu de Yekaterimburgo, nos Montes Urais, com destino a Vladivostok, na Sibéria, mas caiu perto da cidade de Irkutz, quando tentava fazer um pouso para reabastecer, segundo informações da torre de controle, que afirmou que perdeu o contato com o piloto momentos antes do acidente. Funcionários da torre afirmaram também que as últimas palavras do piloto foram de que estava tudo sob controle e que ele "já via a pista de pouso".

A suspeita de que uma falha nas três turbinas teria causado a queda do avião foi apresentada pelo ministro de Emergências russo, Sergei Shoigu, que coordenará as buscas. Mas foi contestada pelo responsável dos transportes aéreos russos, Iouri Starchine, que afirmou que "a tripulação teria advertido imediatamente a torre de controle", caso houvesse um problema do tipo.

Já pessoas que moram no vilarejo próximo ao local do acidente deixam no ar outra suspeita: a de que o avião teria explodido no ar. As testemunhas afirmaram que ouviram uma forte explosão.

O ministro da Defesa também não descartou as possibilidades de uma pane no altímetro, erro da tripulação ou atentado terrorista terem provocado a catástrofe.

O presidente russo, Vladimir Putin, formou uma comissão para investigar o acidente. O vice-primeiro-ministro, Ilya Klebanov, será o chefe dessa comissão.

Klebanov foi o responsável pelas investigações sobre o naufrágio do sobmarino Kusk no ano passado.

O Tupolev-154 tinha 15 anos e havia entrado em serviço pela Vladivostok Avia há dois meses, após ter sido comprado de uma companhia chinesa e passado por uma revisão completa.

Vladimir Putin, decretou dia de luto nacional nesta quinta-feira em memória das vítimas da catástrofe. O presidente russo assinou um decreto que promete liberar ajuda financeira às famílias das vítimas. Ele também enviou uma mensagem de condolência aos parentes das pessoas que morreram no acidente aéreo.