Ao fazer balanço dos 100 dias de governo o prefeito de Mauá diz que, apesar de ser continuidade do mandato, 2025 será o ano de maior desafio
O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), afirmou que apesar de ser um governo de continuidade, tendo em vista que se reelegeu em 2024, o atual mandato é como se fosse novo e destacou 2025 como o ano de maior desafio. Para o petista, os precatórios e a queda no repasse de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) impõem dificudades a mais para o governo municipal.
“Vamos arrochar em algumas coisas os recursos e trabalhar para fazer mais com menos. O primeiro ano do mandato, mesmo que seja de continuidade, é o de maior desafio e como se fosse um novo. É porque temos de colocar os projetos para andar mesmo passando pela situação que estamos agora com a questão dos precatórios e a arrecadação do ICMS, que tem caído. As pessoas vão ficando mais exigentes e criteriosas, mas é isso mesmo, o poder público tem seus desafios e precisamos ir atrás para vencê-los”, disse o prefeito.
O petista afirmou que quando assumiu a Prefeitura em 2021 a situação financeira era crítica e tinha uma instabilidade política muito grande devido à prisão de seu antecessor, Atila Jacomussi (à época do PSB e hoje União Brasil), fatos que atrapalharam, inclusive, novos investimentos na cidade.
“Para se ter uma ideia, tínhamos um contador para a Prefeitura toda. Na verdade, uma contadora. Se ela tivesse de licença maternidade ou fosse contaminada pela covid não teríamos nenhum contador. Hoje temos seis só em finanças e contratamos para outras áreas. Conseguimos trabalhar firme para organizar as as finanças. Pagamos a dívida de curto prazo que tinha, de R$ 165 milhões, mas foram aparecendo mais coisas, como os precatórios”, pontuou.
Segundo o prefeito, em 2020, por causa da pandemia, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) suspendeu o pagamento de precatórios por sete meses. Porém, o ex-prefeito não retomou os pagamentos, o que rendeu dívida de R$ 32 milhões, fora as correções pela não quitação, o que poderia levar a sequestro de recursos.
“Entramos na Justiça e conseguimos dividir esse débito até 2029. Outro alívio foi o acordo com a Fundação do ABC (que gere a Saúde). Fizemos negociação de R$ 70 milhões e estamos pagando R$ 1 milhão por ano. Conseguimos organizar e saímos da nota C- para B+ (do Capag, classificação de risco que avalia capacidade de pagamento). Tem também a PEC 66, que já conversamos com o presidente da Câmara Federal, Hugo Mota, e com deputados para antecipar a votação, o que vai ajudar aliviar o pagamento de precatórios”, afirmou.
Entre os projetos para o segundo mandato estão o campus do Instituto Federal, a construção do Terminal Itapark, a entrega do Nova Estação, entre outras 50 obras, como a do ginásio esporte no Jardim Zaíra e o asfaltamento da Estrada do Carneiro.
Marcelo Oliveira afirmou que o campus do Instituto Federal já está em fase de documentação e que após a liberação vai ser rápida a imple-mentação, tendo em vista que o prédio da Fama (Faculdade de Mauá), na Vila Noemia, já está pronto e equipado com lousa, mesas e cadeiras.
Já as obras do Terminal Itapark tiveram início na semana passada após 12 anos de espera. A construção terá investimento de R$ 12,7 milhões e atenderá 18 linhas de ônibus. Quanto à finalização do projeto Nova Estação, o prefeito afirmou que a parte do terminal está finalizada e funcionando. Já a empresa está terminando as lojas e a parte superior para a entrega, ainda sem data definida.
“Quanto a essas obras grandes, vou entregar o ginásio de esporte e as licitações de asfaltamento e do muro de contenção estão caminhando. Daqui a pouco soltamos a licitação da UPA (Unidade de Pronto Atendimento na região do bairro Santa Lídia e Parque das Américas) e do campo de futebol sintético. Corta daqui, ajeita dali e estamos trabalhando o essencial com qualidade, mas sempre ajustando. Esse é o desafio deste ano”, disse.
Prefeito diz que não sairá de Brasília e pede mais verba para o Nardini
O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), ao fazer balanço dos primeiros 100 dias do segundo mandato, afirmou que não sairá de Brasília, em busca de mais recursos para a cidade. Também citou o envio de pedidos via Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Seleções. O Grande ABC apresentou mais de 50 projetos para obtenção de recursos de Brasília voltados a obras, educação, saúde, entre outros, que juntos somam, ao menos, R$ 2,2 bilhões . As propostas de Mauá, segundo a assessoria da Prefeitura, totalizam R$ 450 milhões.
“Temos alguns desafios para os quais tenho preparado documentos para ir a Brasília, porque eu vou ficar um bom tempo por lá para liberar recursos. O importante é que avançamos bastante na questão do PAC. O que estamos fazendo agora é ajustando por causa das contrapartidas, que não são poucas”, disse.
NARDINI
Outro problema constante enfrentado por Mauá é o Hospital Radamés Nardini, que custa mensalmente para a cidade cerca de R$ 12 milhões, segundo Marcelo Oliveira, e atende pacientes das vizinhas Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que não possuem hospital público, e também da Capital.
“A demanda é maior que a oferta. Atendemos o pessoal de Mauá, Ribeirão Pires, o Grande da Serra e os acidentes que acontecem próximo ali da região há quase 50 anos somente com o Hospital Nardini. Tenho conversado com o governo do Estado e apresentado a necessidade de uma contrapartida maior para o complexo. Até junho vamos continuar recebendo R$ 1,5 milhão e fizemos pedido de R$ 3 milhões para poder nos ajudar mais”, pontuou.
O prefeito afirmou que há discussões equivocadas sobre se estadualizar o Nardini. O ideal, segundo o petista, é a construção de um hospital de referência, semelhante ao Mário Covas, de Santo André, e o Serraria, em Diadema.
Marcelo Oliveira disse que caso o Nardini seja estadualizado, a cidade perde um hospital de referência e sem melhoria no atendimento. “As pessoas que estão na UPA e que precisam fazer algum procedimento que seja simples, são encaminhadas para o hospital de referência que é o Nardini. Se eu estadualizar, esses casos terão de ser regulados na Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde). Às vezes vai fazer o procedimento no Pari, vai para Santo André, vai para Diadema. Para aonde tiver vaga”, afirmou.
O petista disse que enquanto não se discute mais um hospital em Mauá, tem pedido maior participação do governo do Estado na discussão da Saúde na cidade. “Infelizmente, não temos essa grande participação e falo isso para o governador (Tarcísio de Freitas/Republicanos) toda oportunidade que tenho, porque a demanda aumentou em 20%”, pontuou.
Petista quer canal para queixas de falta de água
A falta de água é reclamação constante em Mauá e uma das preocupações do prefeito Marcelo Oliveira (PT), haja vista que moradores de alguns bairros chegam a ficar perto de uma semana necessitando de abastecimento por meio de caminhão-tanque.
O prefeito destacou que em todas as reuniões que participou com o governo do Estado sobre a privatização da Sabesp se declarou contrário à medida. A empresa anunciou recentemente investimentos para construção de reservatórios e troca da rede em algumas regiões de Mauá. Por sua vez, o petista disse que tem mantido reuniões com a diretoria para tentar resolver o desabastecimento constante. Uma das metas de Marcelo Oliveira é a criação de um canal via WhatsApp para que as pessoas informem problemas de falta de água e recebam orientações com maior agilidade.
“Tenho trabalhado para conseguir um sistema por meio do qual as pessoas possam encaminhar as demandas direto à Prefeitura. O morador liga, entra na programação e passamos a data que será resolvido o problema. Quero chegar nesse patamar, que é o meu sonho”, disse.
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