Economia Titulo Veículos
Comercialização de carro novo
surpreende e tem alta de 18,5%

Desempenho reflete o interesse do consumidor em aproveitar
promoções e redução do IPI e o trabalho das concessionárias

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
20/06/2012 | 07:23
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Os números oficiais das vendas de veículos novos na primeira metade útil (que considera os dias úteis) deste mês surpreenderam favoravelmente, com crescimento de 18,5% em relação à primeira metade útil de maio, de acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgados ontem.

Até o dia 15, a expansão frente ao início de maio era de 8%, com o total de 166 mil unidades comercializadas (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), mas pelo levantamento da federação, há a inclusão dos emplacamentos realizados até segunda-feira (11 primeiros dias úteis). Com isso, o número subiu para 182 mil veículos vendidos.

O forte desempenho reflete o interesse dos consumidores em aproveitar promoções e a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e também o trabalho das concessionárias, desde o dia 22 (um dia depois da edição da medida do governo), de refaturar, junto às montadoras, notas fiscais que haviam sido emitidas com o tributo cheio. Com isso, muitas vendas fechadas em maio foram contabilizadas apenas neste mês, por causa da adequação das revendas.

IMPORTADOS

Enquanto as concessionárias de carro zero de montadoras instaladas no País comemoram os resultados, as revendas de veículos importados veem o cenário com preocupação.

Passados seis meses da medida do governo que aumentou em 30 pontos percentuais o IPI para automóveis trazidos do Exterior, o saldo é queda de 16% no período de janeiro a maio, nas vendas de marcas que não têm fábricas no Brasil e a indefinição de pelo menos dois grandes projetos de construção de unidades locais, a da alemã BMW e a da britânica Land Rover.

A participação dos modelos importados por empresas sem produção aqui caiu de 5,28% em 2011 para 4,63% neste ano. O presidente da Abeiva (Associação Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Automotores), Flavio Padovan, diz que a situação dos importadores "é gravíssima". Além do IPI maior, eles sofrem o impacto da alta do dólar e ainda recolhem 35% de alíquota de importação.

Segundo Padovan, por enquanto nenhuma importadora repassou a alta integral do IPI aos preços finais dos veículos. Ele espera que até o fim do mês o governo anuncie programa de cotas estabelecendo quantidade de carros que cada marca pode trazer sem o IPI maior. "Eu tinha a promessa do governo de que essa medida seria adotada em abril, mas depois ficou para junho", afirma.




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