Vereadores, em discussões de dois turnos, atendem pedido do prefeito Tite e autorizam o Executivo a reinserir município no colegiado
A Câmara de São Caetano aprovou nesta terça-feira (25) por 19 votos a um, em primeira discussão, e por 18 a um, em segunda, o projeto de lei sobre o retorno da cidade ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. O texto elaborado pelo prefeito Tite Campanella (PL), lido em plenário na semana passada, agora irá para sanção do chefe do Executivo. Com isso, após dois anos, o colegiado volta a contar com as sete cidades – São Bernardo, outro dos dissidentes, havia retornado no início do ano. A Capital também aderiu ao grupo, como associada, por enquanto sem direito a voto.
Procurado, Tite não comentou o resultado do plenário. No projeto enviado ao Legislativo, justificou o motivo que levou o governo a reinserir a cidade no colegiado. “A vocação do Consórcio vem sendo retomada com sinais claros de protagonismo efetivo na articulação de projetos regionais e integração das cidades do Grande ABC, e agora também da Capital, o que motiva o interesse de nosso município em participar das pautas que envolvem ações conjuntas para a satisfação de demandas comuns da região.”
O líder do governo na Casa, César Oliva (PSD), celebrou as votações, o que, para ele, demonstra o entendimento da importância da entidade para o Grande ABC. “É um prazer conduzir a votação e poder estar de volta ao Consórcio Intermunicipal com aprovação de ampla maioria, atendendo ao pedido do prefeito Tite Campanella, uma vez que os limites entre os municípios se confundem, e pautas como mobilidade, segurança, enchentes e outras precisam ser desenvolvidas no coletivo, ainda mais com o ingresso do prefeito Nunes da Capital, acerta mais uma vez o novo governo.”
O vereador Jander Lira (PSB), que na votação de 2023 esteve ausente na sessão plenária quando o então prefeito José Auricchio Júnior (PSD) enviou projeto para a Câmara votar a saída da cidade do Consórcio, nesta terça-feira, na tribuna, defendeu o retorno e rememorou importantes pautas articuladas e concretizadas com a união das sete cidades. “A UFABC (Universidade Federal do ABC), as Fatecs (Faculdades de Tecnologia) e os Hospitais Estaduais Mário Covas (Santo André) e Serraria (Diadema) foram conquistas do Consórcio. Quem é contra (o retorno) tem uma visão tacanha”, disse.
A volta da cidade ao colegiado recebeu aval inclusive da oposição. Bruna Biondi (Psol), que votou pelo retorno, atribuiu a retirada da cidade a “meninos mimados que, por birra política, saíram do Consórcio”. Segundo a parlamentar, foi a eleição do prefeito Marcelo Oliveira (PT) para presidente da entidade, em 2023, que teria motivado Auricchio e o então chefe do Executivo de São Bernardo, Orlando Morando (sem partido), a pedirem autorização das Câmaras para a desassociação.
Outro opositor, Edison Parra (Podemos) também votou a favor – remotamente, do hospital, onde operou o joelho direto. “Sempre critiquei o Consórcio pela relação custo-benefício, porém sempre o reconheci como ideia promissora. Hoje, com a troca quase integral dos prefeitos e com a relevante inclusão da Capital, votei a favor da volta e espero que o colegiado traga melhorias concretas a São Caetano.”
O único posicionamento contrário foi de Getúlio Carvalho Filho, o Getulinho (União Brasil). Ele afirmou que deu um “voto político”, mas admitiu que o “Consórcio fará bem à cidade”. Pio Mielo (PSD), que votou favorável em 1ª discussão, estava ausente na 2ª.
Beto Vidoski (PRD) e Gilberto Costa (Progressistas) lembraram das mensalidades junto ao Consórcio não pagas pela gestão Auricchio da ordem de quase R$ 1 milhão. Vidoski propôs indicação para que a entidade parcele a dívida. Costa sugeriu enviar ofício ao colegiado com pedido de anistia. O tema será discutido oportunamente pelo governo.
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