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Recuperado de infarto, Sérgio Guedes assume reconstrução do Netuno

Técnico ainda assimiu São José e Grêmio Prudente após questão médica em 2024; em sua segunda passagem pelo Água Santa, Guedes tem missão de conquistar o acesso à Série C;

Ryan Leme
Especial para o Diário
24/03/2025 | 09:40
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


Após sofrer um infarto em abril de 2024, quando estava à frente da Portuguesa Santista na disputa da Série A-2 do Campeonato Paulista, Sérgio Guedes viveu um dilema na carreira: pegar um cargo menos estressante no futebol para tentar preservar a saúde ou dar sequência à carreira iniciada há 20 anos? A resposta foi dada um mês depois ao aceitar o convite para comandar o São José na Série D do Brasileiro, empreitada que durou até julho, após a eliminação. 

Sem muito tempo de descanso, o treinador iniciou novo desafio em setembro no Grêmio Prudente, com foco na formação do elenco para a disputa da Série A-2 deste ano. O time não avançou à segunda fase, e Sérgio Guedes se despediu da agremiação no início deste mês, pouco antes de acertar o retorno ao Água Santa, onde integra lista dos seus principais treinadores. A nova passagem pelo clube é marcada pelo desafio de recolocar o Netuno em um caminho competitivo na Série D do Brasileiro, após o rebaixamento na elite do Estadual 

“Passou pela minha cabeça cuidar de mim, mas nunca deixar o futebol. O estresse e a forma como me dedico ao trabalho acabam cobrando um preço. Pensei em ter funções menos desgastantes do que a de treinador, mas sempre fui muito competitivo”, declarou o técnico e ex-goleiro.

Sérgio Guedes já comandou o Água Santa entre 2020 e 2022, período no qual levou o time ao vice-campeonato da Série A-2 do Paulista em 2021 e garantiu o acesso à elite estadual. Agora, retorna ao clube em um momento delicado, semelhante ao de sua primeira passagem, quando precisou reestruturar a equipe, também após a queda para segunda divisão estadual.

“É uma grande satisfação retornar, tenho boas lembranças e uma boa relação com as pessoas. Há lugares que trabalhei e não retornaria, mas confio no trabalho do clube. E o processo é similar, é um momento de reconstrução, como foi antes”, diz Guedes.

A missão dele não será fácil. O Netuno perdeu boa parte do elenco que disputou o Estadual, e trabalha atualmente com grupo inferior a 15 atletas. A busca por reforços até a estreia na Série D precisa ser rápida, já que o time da região estreia no dia 12 de abril, contra o Pouso Alegre-MG, na Arena Inamar. 

De acordo com Guedes, no entanto, o clube não pensa em um número de jogadores ideal para o elenco final. “O mercado está aquecido e agora é um momento de estratégia. Precisamos escolher bem as peças, investir em atletas que se destacaram nos estaduais e avaliar os que podem agregar dentro da nossa realidade financeira”, explica. Além de contratações, o treinador garante que pretende realizar integração com as categorias de base e, por meio de treinamentos conjuntos com os atletas profissionais, fará a seleção dos jovens que poderão ter oportunidades no Nacional.

Além do Pouso Alegre, o Netuno enfrentará na fase de classificação do Grupo A-6 Boavista-RJ, Maricá-RJ, Nova Iguaçu-RJ, Portuguesa, Porto Vitória e Rio Branco, os dois últimos do Espírito Santo.

Mesmo com o pouco tempo de preparação, Guedes acredita que o sonho de chegar longe na Série D pode crescer durante o campeonato. “Todos os 64 times entram pensando no acesso. Mas é a competição que vai mostrar o caminho. Trabalho estruturado, logística bem-feita e evolução em campo são fatores que levam ao sucesso”, diz. No último ano, o Netuno chegou à segunda fase da divisão, eliminado pelo Brasil de Pelotas.

FUTURO

Além de disputar a Série A-2 em 2026, o rebaixamento no Paulista tem um agravante para o Água Santa: se a equipe não conseguir o acesso à Série C do Brasileiro, ficará sem divisão no próximo ano. Para evitar isso, o Netuno pode optar por entrar na disputa da Copa Paulista, com início em junho, que garante aos finalistas um lugar em competições de nível nacional.

Para Guedes, a participação no torneio vai além da preocupação com o calendário futuro. “É um palco que nos permite dar rodagem durante a Série D. Na Copa Paulista, é possível utilizar jogadores que não têm tempo de jogo e dar experiência aos jovens da base. Ainda não discuti o assunto com a diretoria, mas, na minha opinião, é o caminho a se seguir, mesmo que signifique mais gastos”, destaca.

O time não participa do torneio desde a temporada 2022, quando foi eliminado pelo XV de Piracicaba nas quartas de final.




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