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Quarteirização: problema
Da Redação
22/03/2025 | 09:36
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A prática da quarteirização na gestão dos hospitais do Grande ABC, adotada pela FUABC (Fundação do ABC), está gerando sucessão de problemas que afetam diretamente a população e os profissionais. O modelo, que permite a subcontratação de empresas para administrar o dia a dia das unidades hospitalares, revela-se falho, pois dispersa responsabilidades e compromete a transparência na administração dos recursos. A recente denúncia de atrasos salariais no Hospital de Urgência de São Bernardo e no Hospital Maria Braido, em São Caetano, expõe a realidade. Médicos enfrentam meses sem pagamento, enquanto a FUABC e a CAP Serviços Médicos trocam acusações sobre a origem do impasse.

O presidente da FUABC, Luiz Mário Pereira de Souza Gomes, ao justificar a quarteirização como alternativa legal, desconsidera os impactos negativos que o modelo tem causado. A fragmentação dos contratos dilui as obrigações, permitindo que diferentes entes terceirizados evitem a responsabilidade direta pelos problemas que surgem. O resultado é um ciclo de instabilidade: empresas contratadas alegam falta de repasses, os profissionais deixam de receber e a qualidade do serviço prestado sofre degradação contínua. No entanto, mesmo diante do histórico desfavorável, a Fundação do ABC segue defendendo o modelo, ignorando o alerta feito por sindicatos e especialistas da área de saúde.

A manutenção da quarteirização na gestão da saúde pública do Grande ABC representa risco grave. Para os médicos e demais profissionais, significa incerteza financeira e ausência de direitos trabalhistas assegurados. Para a população, implica a continuidade de sistema volúvel, no qual a rotatividade e a falta de compromisso das gestões impactam o atendimento. O caso dos atrasos salariais mostra que o setor não pode estar sujeito a interesses administrativos que desconsideram a dignidade dos trabalhadores e dos pacientes. A sociedade precisa exigir maior controle e transparência, impedindo que essa lógica de terceirizações sucessivas continue a comprometer um direito fundamental. Basta!




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